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Documentário; “Contestado memória e esperança”, é lançado


7 de outubro de 2019

Foto: Marciel Borges/ Rádio Colmeia

Os acadêmicos da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) campus União da Vitória, foram contemplados na noite de sexta-feira, 04 de outubro, com o lançamento do documentário; “Contestado memória e esperança”, um projeto desenvolvido pela Universidade Estadual de Londrina (UEL).

O trabalho apresentado faz parte de 20 anos de pesquisa em livros e visitação em cidades que fizeram parte da Guerra do Contestado (1912 – 1916). O projeto foi coordenado pelo professor Nilson Cezar Fraga com participação de seus alunos, que puderam obter um amplo conhecimento desta guerra.

O professor conversou com a reportagem da Rádio Colmeia e falou sobre este importante trabalho, que agora, está sendo divulgado para a comunidade acadêmica em e breve estará à disposição da sociedade:

 

 

O lançamento do documentário; “Contestado memória e esperança”, contou com a presença do prefeito da cidade de Matos Costa, Raul Ribas neto e também dos alunos da Fanfarra Lira do Contestado.

 

O que foi a Guerra do Contestado:

 

Foto: Marciel Borges/ Rádio Colmeia

A Guerra do Contestado (1912 – 1916) teve lugar na Região Sul do Brasil, entre as fronteiras do Paraná e Santa Catarina, sendo um conflito sócio-político causado pela disputa desses territórios, por isso, recebeu o nome de contestado.

 

Causas:

 

O motivo do conflito se deve ao fato da construção da estrada de ferro que ligaria São Paulo ao Rio Grande do Sul, que deixou muitas pessoas em más condições de vida em detrimento dos interesses dos coronéis e da empresa norte-americana Brazil Railway Company.

Com o objetivo de construir a estrada de ferro, a Brazil Railway Company precisava de mão-de-obra, levando assim, muitas pessoas para a região.

Ao mesmo tempo, o governo cedeu uma grande extensão de terra, cerca de 15 mil metros nos limites dos Estados do Paraná e Santa Catarina, entretanto, aproveitou o pretexto e desapropriou as terras dos camponeses, porque descobriu que poderia lucrar com a erva-mate, bem como com a madeira existente na localidade.

Quando a linha férrea ficou pronta, a empresa não garantiu o regresso das pessoas que tinham se deslocado para a região, permanecendo ali sem qualquer apoio; acresce ainda o fato de os camponeses terem ficado desempregados e sem as suas terras para trabalhar, situações que provocaram o empobrecimento da população dessa região.

 

O líder:

Em um momento de grandes dificuldades para a população, surge José Maria de Santo Agostinho, um monge peregrino que se sensibilizou com a situação dos camponeses, os quais respeitavam muito os peregrinos e qualquer movimento messiânico, assim, José Maria logo ganhou adeptos.

Sem autorização do governo, José Maria que entre suas pregações falava do fim do mundo nos anos 2000, era contra a república e tinha fama de curandeiro porque estudava as ervas, e com elas, auxiliava muitos doentes. Fundou uma comunidade a fim de receber os oprimidos – Quadrado Santo, razão pela qual a Guerra do Contestado ficou também conhecida como Guerra Santa.

Preocupado com o desenrolar dos acontecimentos e alegando que o monge era um desordeiro e um inimigo do governo, este envia soldados para a região a fim de perseguir o monge e seus seguidores, e com o objetivo de desmanchar a comunidade e obrigar a retirada dos camponeses.

A guerra iniciou com o armamento dos soldados contra as ferramentas agrárias dos fazendeiros, o que levou a morte de muitas pessoas, a maior parte camponeses, inclusive do seu líder, que foi morto na Batalha de Irani – local para onde tinham fugido.

 

Consequências:

Depois de conflitos intensos, com muitas mortes, após quatro anos de guerra, é assinado o Acordo de Limites Paraná-Santa Catarina no Rio de Janeiro. Surgem as cidades de Mafra, Joaçaba, Chapecó e de Porto União, sendo construída uma nova cultura regional no Brasil.

Foto: Marciel Borges/ Rádio Colmeia

 

Rebeliões da República:

As guerras da república caracterizam-se pela luta pelos direitos dos menos favorecidos, cuja voz era interrompida com confrontos armados.

Para além da Guerra do Contestado, a Guerra de Canudos, liderada por Antônio Conselheiro, a Revolta da Chibata, a Revolta do Forte de Copacabana são outros exemplos de revoltas dessa época.

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