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“É uma situação que nós esperamos que seja justa”, diz advogado do caso de Daniel Dias

Pelo Tribunal do Júri, o caso de Daniel Dias vai ser julgado na manhã desta sexta-feira, 3.  O processo será realizado por pessoas da sociedade que compõem um conselho de sentença. O advogado de acusação, Fioravante Buch Neto, conversou com a equipe do Jornal Colmeia e trouxe informações de como será procedida a ação.

O processo é dividido em duas fases de acordo com Neto. A primeira fase é a de sentença de pronuncia, em que o juiz faz a análise das provas técnicas e verifica se existe a materialidade do crime, se há de fato fortes índicos de autoria e envia posteriormente ao tribunal do júri o seu parecer.

Foto: Reprodução

A segunda fase se constitui basicamente no dia do julgamento que é feito por um magistrado togado e mais 25 jurados. Dos jurados, sete são selecionados para compor o conselho de sentença que fica responsável por julgar o caso. Érika Luíza Dias Pinto Taborda será a magistrada da ação.

O Tribunal do Júri TJPR transmitirá o julgamento pelo seu canal no Youtube que você pode acessar clicando neste LINK.

“No caso concreto, o crime ele é muito claro né. O acusado foi preso em flagrante, a vítima foi levada ao hospital em estado gravíssimo. O Daniel quando estava sendo transferido a Ponta Grossa teve parada cardiorrespiratória e foi reanimado. Ele chegou muito próximo da morte e hoje vive em uma condição vegetativa e vai ter uma morte lenta e muito sofrida”, colocou o advogado de acusação.

Daniel não tem nenhuma perspectiva de recuperação já que teve perda encefálica de grande importância.

O dia do acidente

De acordo com Neto, há indícios que levam a crer que na noite de sexta-feira, dia 11 de setembro de 2015, Daniel atuou como DJ em uma casa noturna do Vale do Iguaçu e, durante a madrugada, retornou a sua casa para buscar alguns pen drives que continham músicas e assim continuar tocando no evento. Ao sair de seu edifício na Rua Barão do Rio Branco e adentrar a Avenida Manoel Ribas, um Audi A3 colidiu com seu carro, um HB20.

Daniel tinha três empregos. No horário comercial atuava em uma instituição financeira, das 20h às 00h trabalhava no Grupo Coas de comunicação, especificamente na Top FM, atual Jovem Pan e, aos finais de semana, era DJ em casas noturnas.

Na época surgiram boatos de que Daniel poderia ter ingerido bebida alcoólica. “Ele era uma pessoa extremamente responsável, ele não ingeria bebidas alcoólicas enquanto estava trabalhando”, disse o advogado sobre as especulações, “totalmente equivocadas”. O motorista do Audi A3, segundo relatório policial da época, foi acusado no teste de bafômetro que resultou em 0,85 mg/l.

O laudo da Polícia Civil do Paraná emitido em 2017, também confirmou que o condutor do Audi A3, estava no momento do acidente a 135,58 km/h, bem acima do limite da via que é de 40km até 60km/h.

A tese do ministério público e da acusação é de que o motorista, com 22 anos na época, assumiu o risco de produzir o resultado do acidente, havendo também a possibilidade de tirar a própria vida, sendo um crime tentado, já que Daniel não faleceu. Para a família de Daniel e advogado a expectativa da sentença é que a justiça, de fato, seja feita. “É uma situação que nós esperamos que apenas seja justa”, concluiu Neto. A família não nutre sentimento de vingança mas deseja que seja feita justiça dentro do que a lei prevê, assim como sirva de exemplo para que outros jovens não cometam o mesmo erro.

Acompanhe o áudio do advogado Fioravante Buch Neto:

https://colmeia.am.br/wp-content/uploads/2021/09/fioravante-caso-daniel-dias.mp3
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