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Em 6 dias, Conselho Tutelar atende 3 situações de abuso e pedofilia em São Mateus do Sul

Imagens Ilustrativas

O Conselho Tutelar de São Mateus do Sul atendeu nos seis primeiros dias do mês de setembro três situações envolvendo abuso sexual e pedofilia no município. Por questão de preservação das vítimas e andamento das investigações contra os possíveis autores, detalhes das ocorrências e localidades não serão divulgadas.

Desde o início do ano, de janeiro ao dia 6 de setembro de 2022, o Conselho Tutelar atendeu 17 ocorrências envolvendo casos de pedofilia e abuso sexual em São Mateus do Sul. O mês com maior incidência até então foi maio, com 7 casos registrados contra a integridade dos menores.

De acordo com o promotor Antônio Basso Filho, do Ministério Público de São Mateus do Sul, em entrevista para a RDX, os casos envolvendo pedofilia e abusos tanto sexuais quanto físicos e psicológicos chegam para eles por meio de relatos feitos principalmente nas escolas. As denúncias também podem chegar por meio de relatos repassados por vizinhos ou familiares que percebem algum comportamento estranho nas crianças.

A promotoria também investiga um caso envolvendo menores de idade no interior de Antônio Olinto. Da mesma forma, respeitando a integridade da vítima e familiares, informações serão mantidas em sigilo.

Telefones de contato para denúncias:

Antônio afirma que as denúncias são sigilosas.

“Peço que todas as pessoas que saibam de algum caso como esse, ou mesmo que desconfiem, não tenham medo de denunciar. Procurem os meios cabíveis, seja a promotoria de justiça ou a delegacia, porque é uma obrigação de todos trabalharmos para que esse tipo de acontecimento se torne cada vez mais raro”, diz o promotor.

COMO IDENTIFICAR POSSÍVEIS SINAIS DE ABUSO SEXUAL EM CRIANÇAS?

1) Mudança de comportamento
O primeiro sinal a ser observado é uma possível mudança no padrão de comportamento das crianças. Esse é um fator facilmente perceptível, pois costuma ocorrer de maneira repentina e brusca. A mudança de comportamento também pode se apresentar apenas relacionada a uma pessoa específica, muitas vezes o possível abusador. A rejeição também pode ser em relação a uma atividade.
2) Proximidade excessiva
É preciso usar o bom senso para identificar quando uma proximidade excessiva também pode ser um sinal. Se, ao chegar à casa de tios, por exemplo, a criança desaparece por horas brincando com um primo mais velho ou se é alvo de um interesse incomum de membros mais velhos da família em situações em que ficam sozinhos sem supervisão, é preciso estar atento ao que possa estar ocorrendo nessa relação.
No Brasil, 95% dos casos desse tipo de violência contra menores são praticados por pessoas conhecidas das crianças, e em 65% deles há participação de pessoas do próprio grupo familiar. Nessas relações, muitas vezes, o abusador manipula emocionalmente a vítima que nem sequer percebe estar sendo vítima naquela etapa da vida, o que pode levar ao silêncio por sensação de culpa.

3) Regressão
Outro indicativo apontado pelas especialistas é o de recorrer a comportamentos infantis, que a criança já tinha abandonado, mas volta a apresentar de repente. Coisas simples, como fazer xixi na cama ou voltar a chupar o dedo. Ou ainda começar a chorar sem motivo aparente.
É importante procurar avaliação especializada que possa indicar se eventuais mudanças de comportamento são apenas parte do desenvolvimento da criança ou indicativos de vulnerabilidade.

4) Segredos
Para manter o silêncio da vítima, o abusador pode fazer ameaças de violência física e promover chantagens para não expor fotos ou segredos compartilhados pela vítima. É comum também que usem presentes, dinheiro ou outro tipo de benefício material para construir a relação com a vítima. É preciso também explicar para a criança que nenhum adulto ou criança mais velha deve manter segredos com ela que não possam ser compartilhados com adultos de confiança, como a mãe ou o pai.

5) Hábitos
Uma criança vítima de abuso também apresenta alterações de hábito repentinas. Pode ser desde uma mudança na escola, como falta de concentração ou uma recusa a participar de atividades, até mudanças na alimentação e no modo de se vestir. A mudança na aparência pode ser também uma forma de proteção encontrada pela criança.

6) Questões de sexualidade
Um desenho, uma “brincadeira” ou um comportamento mais envergonhado podem ser sinais de que uma criança esteja passando por uma situação de abuso. Uma criança, que nunca falou de sexualidade, começa a fazer desenhos em que aparecem genitais ou apresenta um comportamento inadequado, isso pode ser um indicador. O uso de palavras diferentes das aprendidas em casa para se referir às partes íntimas também é motivo para se perguntar à criança onde ela aprendeu tal expressão.

7) Questões físicas
Há também os sinais mais óbvios de violência sexual em menores – casos que deixam marcas físicas que, inclusive, podem ser usadas como provas à Justiça. Existem situações em que a criança acaba até mesmo contraindo doença sexualmente transmissível.

**Portal RDX

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