Ícone do site Rádio Colmeia FM

Entenda o porquê de tantos pernilongos no pós-chuvarada na região

Depois de duas semanas com poucos intervalos nas chuvas na região, pernilongos invadiram as cidades. As reclamações as piadas sobre o assunto tomaram conta dos debates nas redes sociais.

Segundo a bióloga Cristina Brandes Grosskopf, não existe uma explicação científica para o fenômeno, mas a infestação reflete um comportamento ecológico. Ela explica que os mosquitos gigantes, que infestaram o município nos últimos dias, são robustos, os maiores mosquitos hematófagos do Brasil.

JMais

A bióloga conta que esses pernilongos são vorazes, ferozes e sua picada é muito dolorosa, podendo até causar feridas. Eles atacam preferencialmente de dia, mas também no final da tarde, período que estimula sua hematofagia, comportamento que denomina a alimentação por sangue, que é feita somente pelas fêmeas. Os machos se alimentam de substâncias que contenham açúcar, como néctar e seiva.

Esses insetos são essencialmente exófilos, ou seja, permanecem do lado externo das residências. São, também, oportunistas e podem atacar o homem, muitas vezes em grande número.

Em geral, os pernilongos, também chamados de muriçoca ou mosquitos, apresentam centenas de espécies com hábitos diferentes. “Eles depositam seus ovos, um a um, diretamente sobre a superfície líquida ou em um substrato úmido, próximo à água ou em local inundável. Os ovos são muito resistentes à dessecação e as larvas nascem facilmente se os ovos estiverem em contato com a água. Devido a essa característica de dependência da água para que haja o desenvolvimento do ovo, larva, pupa até chegar ao indivíduo adulto, os mosquitos têm os criadouros transitórios, que são dependentes de chuva”, explica a bióloga.

O ciclo anual dos mosquitos é controlado pela quantidade de chuvas e pela temperatura ambiente, sendo que quanto maior a temperatura, melhores serão as condições para seu desenvolvimento. Seus criadouros preferenciais são poças d’água e recipientes naturais e artificiais, que estão preenchidos quase somente na época chuvosa. “Com o aumento da frequência de chuva em nossa região, e com aumento da temperatura, estes criadouros passam a ser continuamente reabastecidos de água, desencadeando o processo de eclosão dos ovos depositados ali meses antes”, contextualiza a bióloga.

As chuvas influenciam na densidade desses insetos, elevando consideravelmente a quantidade de mosquito nessas ocasiões. Por outro lado, durante o período de menor precipitação e temperaturas mais baixas, algumas espécies de mosquitos podem quase desaparecer completamente ou manter-se em níveis de densidade bem baixos.

** Com informações do JMais

Sair da versão mobile