A Prefeitura de Cruz Machado, recebeu na manhã de sexta-feira, 12 de janeiro, a visita de Grzegorz Tadeusz Lichwa, polonês da cidade de Sedziszow Małopolski cidade próxima à Rzeszów.
Grzegorz é formado em química e trabalha em uma fábrica de materiais refratários, resistentes à altas temperaturas. Na ocasião, foi recebido pela Secretária Administrativa, Luciane Schribenig, que deu boas vindas ao visitante.
Lichwa está visitando o Brasil por possuir parentes na cidade de Cruz Machado. Seu avô, Jan (João) Mazur, era irmão de Casemiro Mazur.
Durante o bate-papo, contou que por longos anos foram mantidas correspondências entre os familiares divididos em dois continentes. Com os avanços tecnológicos, a comunicação passou para email, Facebook e Skype. Graças a isso, no início de janeiro foi possível realizar o encontro das gerações.
Nativo polonês, Grzegorz gostou da cidade de Cruz Machado, notou diferenças na arquitetura, vegetação, e o que lhe chamou mais a atenção, foi o fato da vegetação ser mais densa e rodear a cidade. Em conversa, eles afirmaram não notar a presença de animais selvagens, e observaram que possuímos uma grande variedade de pássaros.
O carisma típico brasileiro foi o que mais surpreendeu no Brasil. Todos sempre o recebem com alegria e conversam como se já se conhecessem há vários anos. Se comunicando em polonês, as vezes surgem alguns problemas com palavras, mas que de forma alguma impediram a comunicação. “Me surpreendeu que em Cruz Machado, onde eu vou, seja em uma loja, no dentista, hospital, por que minha filha teve febre… assim que em todos os lugares, todas as pessoas conhecem um pouco sobre polonês, nem todos sabem falar, mas pelo menos entendem um pouco.”
Um dos assuntos da entrevista, foi o fato do polonês ainda ser praticado pelos moradores, apesar de terem se passado mais de 100 anos desde a imigração polonesa, que povoou nossa região. Gregorsz cita e compara que na Polônia também o idioma se manteve, apesar que de 123 anos do período em que a Polônia esteve sobre o domínio da Rússia, Prússia e Áustria, vindo a conquistar a independência em 11 de novembro de 1918, ao final da 1ª Guerra Mundial. Apesar dos anos de domínio, proibidos de manifestar sua cultura e seus costumes, os poloneses ainda mantiveram seu amor e respeito pela pátria, o idioma, e a cultura que prevaleceram.
Fazendo uma analogia, Gregorz acredita que a igreja católica tem sua grande parte de responsabilidade de incentivo e preservação dos costumes, idioma e tradições polonesas em nosso município.
Como curiosidade, o dinheiro polonês (Zloty), carrega a estampa de reis, que governaram o pais há 600, 700 anos atrás, o que mostra que o país valoriza a sua história, incentivando a lembrança e valorização da história.
A cidade de Sedziszow Małopolski, é uma cidade de aproximadamente 18 mil habitantes, e conforme conta Grzegorz, é uma cidade industrial, metade da população trabalha em fabricas, seja de móveis, fábrica de filtros, fábrica de aviões Safran (lâminas para motores) entre outras.
Gregorz acredita que na Polônia, os poloneses não possuem total consciência que no Brasil existe tamanha tradição polonesa, onde se mantem costumes e se fala o idioma. Acredita que com o tempo, quando os poloneses conhecerem mais sobre, terão interesse em vir conhecer o Brasil. Pensa em futuros projetos, muitas possibilidades culturais e econômicas. Acredita que em breve haverá cooperação entre os dois países.