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Órgão internacional alerta para perigo dos ralos de sucção em piscinas

Imagem Ilustrativa/Freepik

Estudo da Associação Internacional de Inspetores Domiciliares Certificados informa que os dispositivos que fazem o papel de drenagem da água podem exercer forte pressão, sugando facilmente objetos e pessoas.

Com a proximidade do verão, mais e mais pessoas não veem a hora de ter um tempo em suas agendas para dar o tão sonhado mergulho em uma piscina. Todavia, antes de você “entrar de cabeça” na água, é preciso ficar atento a um sério risco: os ralos de sucção.

Um estudo da Associação Internacional de Inspetores Domiciliares Certificados (NACHI) informa que o perigo oculto se dá porque os ralos de sucção da piscina, que fazem o papel de drenagem da água, podem exercer uma pressão muito forte sobre o objeto a ser sugado. Tudo porque a água saindo do ralo cria uma sucção que atrai facilmente pessoas e objetos, formando o esquema redemoinho, causando acidentes, lesões e mortes. “Embora esses drenos pareçam inofensivos, é importante que a sociedade entenda como eles podem causar danos”, observa o inspetor-mestre certificado da NACHI, Nick Gromicko, autor da pesquisa.

Nos Estados Unidos, a Comissão de Segurança de Produtos de Consumo (CPSC) distingue cinco tipos de armadilhas de drenagem em piscinas de todos os modelos:

•          armadilha corporal: onde uma parte do tronco fica presa;

•          armadilha de membros: braço, perna ou dedos são puxados para o ralo de sucção ou um tubo de drenagem aberto;

•          armadilha de cabelos presos: o cabelo é puxado e enrolado em torno do ralo;

•          armadilha mecânica: joias, colares, relógios, acessórios ou parte da roupa do banhista ficam presos no ralo ou grade; e

•          evisceração: as nádegas da vítima entram em contato com a saída de sucção da piscina e a pessoa corre o risco de ser estripada. Esses acidentes são raros, mas já ocorreram.

No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por meio da NBR nº 10.339, publicada em setembro de 2018, determina que os sistemas de sucção da piscina precisam ser projetados, instalados e utilizados visando à segurança do usuário na área de lazer. Pode parecer óbvio, mas, diante de tantos acidentes e óbitos envolvendo os ralos de sucção, é essencial deixar claro que nada na norma é por acaso. “Ocorre que a normativa existe, contudo, não há fiscalização e muito menos penalidades para os proprietários de piscinas que não cumprem os requisitos”, ressalva o sócio da CYAN Piscinas, Bráulio César Bandeira Aleixo.

Bráulio César Bandeira Aleixo, sócio da CYAN Piscinas

De acordo com a normativa, as piscinas devem ter um sistema de sucção com pelo menos dois ralos de fundo (drenos) e estes dispositivos precisam ter grelhas que impossibilitem o aprisionamento de parte do corpo de pessoas ou objetos. Além disso, é necessário que haja um tanque intermediário de sucção indireta com entrada de ar para que, caso alguém encoste no ralo de fundo, o sistema de sucção não seja capaz de exercer força o suficiente para prendê-lo. Atentos a esta regra, Bráulio e seu sócio Marcos Antonio de Araújo desenvolveram, após dois anos de pesquisa, um modelo inédito de ralo de sucção, utilizando-se do que há de melhor no mercado em termos de tecnologia e inovação.

O ralo tem capacidade para trabalhar com 100 metros cúbicos de água por hora. Isso significa que o dispositivo, acoplado na parede lateral da piscina, conforme determina as normas norte-americanas, tem potencial para fazer a sucção, por hora, de 100 mil litros de água, permitindo que os proprietários agreguem, sem nenhum perigo, qualquer tipo de diversão, como chafariz, cascata, espelho d’água, hidromassagem, entre outros: “Como a capacidade de vazão da água aumenta e o material conta com um dispositivo antissucção de tudo o que não for sujeira ou micropartículas, ele não exerce pressão sobre as pessoas e objetos que se aproximam, zerando as chances de acidentes”, finaliza Bráulio.

Para Bráulio, o novo dispositivo resolve três dos principais problemas da maioria dos ralos de sucção disponíveis no mercado. O primeiro deles é que os equipamentos são projetados para ficarem localizados no fundo da piscina. O fato contribui para que esses equipamentos, inclusive, possam se quebrar ou se romper facilmente: “Portanto, a minha recomendação é: se você observar uma tampa de drenagem perdida ou quebrada na piscina, não entre, ou saia assim que puder”.

Outra adversidade é que a maior parte dos ralos atende a uma demanda máxima de 30 metros cúbicos por hora, nível considerado baixo para uma piscina convencional. “Imagine ainda que os proprietários colocam cascata, chafariz, toboágua. É como diz o ditado: muita areia para pouco caminhão. Então, o equipamento tem que fazer uma força enorme para sugar toda a água e devolvê-la à piscina, o que aumenta o perigo, claro. Por isso, há uma forte chance da pressão do ralo de sucção da piscina arrastar as pessoas, principalmente as crianças, para debaixo d’água e prendê-las, enquanto tentam, em vão, nadar”.

Por fim, um ralo de sucção inadequado é bem prejudicial no quesito qualidade da água, afinal, como explica Bráulio, se eles não funcionam adequadamente com o sistema de vazão, a água da piscina não é filtrada, apresentando riscos de contaminação bacteriana à vida dos usuários.

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