Rádio Colmeia FM

Orley “R” Maltauro: uma das grandes vozes do rádio se cala

Fotos: Arquivo Rádio Colmeia

Hoje uma das grandes vozes do rádio das nossas cidades se calou. O Capitão Orley do “R” Maltauro, morreu aos 71 anos de idade nessa terça-feira, após anos de uma incansável batalha contra um câncer. Ele estava internado na UTI do Hospital Maternidade APMI onde sofreu uma parada cardíaca.

Orley tinha 71 anos e com seu timbre único e inconfundível, uniu suas duas paixões: o futebol e a locução. Torcedor do Vasco da Gama, Orley marcou história nas transmissões esportivas, inclusive nos jogos do Iguaçuzão. Conhecido pelas alcunhas de Capitão Orley Peito de Aço ou professor OROMA, ele também foi Diretor de Esportes da prefeitura de Porto União e Gerente do SESI de União da Vitória.

Iniciou a locução esportiva na Rádio Difusora União, passando pelas rádios Educadora, TOP FM e também Colmeia, onde trabalhava atualmente no programa Brike Brake e TOP Esporte. O RC Esportiva que vai ao ar às 11h20 foi criada pelo Capitão há 50 anos atrás, hoje apresentada pelo Marcos Antonio de Souza. Quando morou em Joiville também transmitiu os jogos do Campeonato Brasileiro.

Antes de se tornar narrador e locutor, Orley foi sonoplasta. Em 1964, seu irmão Airton Maltauro começou a trabalhar na Rádio Difusora União e insistiu para que Orley fosse junto. Mesmo não sabendo nada sobre rádio, ele foi a pedido do irmão para aprender, começando a trabalhar como sonoplasta. Em seu primeiro ano de rádio, o Capitão foi premiado como melhor sonoplasta do ano. Naquela época, havia uma premiação em todos os anos dos melhores profissionais da radiodifusão, com entrega de troféus e diplomas.

Na Rádio Colmeia, Orley fez história ao apresentar em todas as tardes o Brike Brake, com bom humor e descontração. O programa esteve mais de 11 anos no ar e os ouvintes enviavam cartas para ele, que também criou a inesquecível Marroca, personagem que fazia o quadro de fofocas, interpretada pela Gisele Ovitski. Ultimamente seu filho, Marcel Maltauro, apresentava o programa em seu lugar.

Por sinal, a pauta dos programas era ele quem fazia, sempre com uma pasta embaixo do braço, porque não gostava muito de ler pela tela do computado. Se chegavam com algo novo em cima da hora, Orley não gostava, pois era muito perfeccionista com seus horários. As músicas e efeitos que iam ao ar no programa eram escolhidas por ele também.

O Baú da Saudade, quadro apresentado no Brike Brake, o Capitão trouxe diversos momentos nostálgicos aos ouvintes. Nele Orley dizia, “imagine, mas imagine mesmo, imagine que você tivesse o poder de se tele transportar há uma era muitos anos atrás que marcou na sua vida. Então feche os olhos, relaxe e curta, porque agora nós vamos fazer essa viagem […] ô saudade! E o poeta um dia falou, a saudade é um sentimento necessário para não esquecermos quem amamos”.

Sua cerimônia de despedida está sendo realizada no Velatório Santa Bárbara e seu sepultamento será nessa quarta-feira, às 11h, no cemitério municipal de União da Vitória.

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