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Saiba quais são as cidades da Europa que pagam até R$ 400 mil para moradores novos

Subsídios milionários e casas leiloadas por um euro são algumas das medidas desesperadas de cidades europeias diante do baixo número de habitantes

Foto Ilustrativa/iStock

Espanha, Grécia, Irlanda, Itália e Suiça. Esses são alguns dos países europeus que estão criando políticas municipais com o objetivo de atrair novos moradores. Pequenos vilarejos, cidades isoladas e ilhas desertas, que precisam urgentemente aumentar a população, chegaram a oferecer subsídios de até R$ 440 mil, visando reverter os baixos índices populacionais e o envelhecimento dos atuais moradores.

Os salários foram uma alternativa encontrada pelos governos europeus que buscam conter a redução da população nessas cidades. Diversas regiões da Europa enfrentam populações envelhecidas à medida que os jovens se mudam para outras cidades ou optam por não terem filhos.

O abandono em busca de novas experiências, em locais mais badalados e movimentados, tem acontecido não apenas nas áreas mais rurais, mas também em grandes vilas e até cidades médias.

Apesar de serem tentadoras, essa ofertas vêm com algumas condições e dificuldades. Umas das mais comuns é a preferência por famílias com filhos, ou por pessoas que estejam planejando ter filhos quando se estabelecerem financeiramente. Além disso, alguns contratos também exigem que o novo morador permaneça por bastante tempo e, em outros casos, pede que a residência escolhida pela família seja completamente reformada.

Além disso, anúncios desse tipo de programa podem induzir à falsa ideia de que, com o pagamento, estarão inclusas garantias ou políticas que auxiliem na imigração. Na verdade, a permanência por estrangeiros no país é um assunto dos governos federais e não municipais.

Esse é um dos pontos que pode representar um obstáculo para estrangeiros que desejam se candidatar a programas do tipo. Além disso, pelo tamanho reduzido dos municípios, pode haver dificuldades nas questões linguísticas, problemas de abastecimento e disponibilidade imediata de mão de obra.

Espanha

A Espanha está a procura de uma população mais jovem e, principalmente, nômades digitais. A Rede Nacional de Aldeias Acolhedoras, que tem cerca de 30 membros, busca atrair trabalhadores remotos estrangeiros para o país, fornecendo espaços de coworking, serviços de alta velocidade de internet e dinheiro para despeças de mudanças, além, é claro, de pagar até R$ 14,5 mil. Aproximadamente, o custo de vida nesses lugares são de R$ 875 a 2 mil por semana.

Algumas das cidades participantes do programa estão em Málaga, na região norte da Andaluzia, com menos de 500 habitantes a dois mil habitantes. Outro município é Oliete, região de Aragão, com 343 habitantes.

A aldeia de Kuartango, no Parque Nacional de Gorbeia, no País Basco, tem uma população 430 pessoas e também participa. Além dela, Tejada, nas montanhosas Ilhas Canárias, e San Vicente de La Sonsierra, na região de La Rioja, com mil habitantes.

Outro local em busca de novos moradores é a cidade de Ponga, na região das Astúrias, norte da Espanha, que tem apenas 600 habitantes. O vilarejo está oferecendo até € 3 mil (R$ 16 mil) para famílias com filhos e até € 2 mil (R$ 11 mil) para solteiros ou casais sem filhos. As famílias que aumentarem a população receberão um adicional de € 3,5 mil (R$ 19 mil) por cada bebê nascido na aldeia.

A vila de Rubiá, com 1.400 residentes na região noroeste da Galiza, a duas horas e meia de carro de Santiago de Compostela, também pagará aos novos moradores. A preferência são famílias, que podem receber até € 150 (R$ 820) por mês. O subsídio espera aumentar o número de alunos nas escolas locais.

A aldeia de Griegos, no leste do país, tem 130 moradores, oferece empregos e três meses de aluguel grátis para os recém-chegados. Depois disso, o aluguel será de € 225 (R$ 1.230) por mês e os moradores receberão um extra de € 50 (R$ 275) por cada criança entre 4 e 18 anos.

Grécia

Na região sul da Grécia, a Igreja Ortodoxa Grega criou um plano para pagar às famílias para se mudarem para a Ilha de Antikythera. Os novos moradores irão receber uma casa e um terreno, além da quantia de € 500 (R$ 2,7 mil) todos os meses durante os primeiros três anos.

Irlanda

A Irlanda pretende pagar os maiores subsídios já ofertados por programas desse tipo, a fim de atrair moradores para ilhas isoladas no território irlandês.

Em junho, o governo anunciou que irá pagar para as pessoas reformarem casas nas 30 ilhas mais isoladas do país, algumas delas com apenas dois habitantes. Segundo o comunicado, o país também irá oferecer de € 60 mil a € 84 mil (cerca de R$ 300 mil a R$ 440 mil) para aqueles que quiserem se mudar para algum dos locais ofertados. No entanto, o subsídio é oferecido apenas para reforma de casas desocupadas há pelo menos dois anos, e não para a compra das residências.

Itália

A Itália é o segundo país com a população mais velha do mundo, ficando atrás apenas do Japão. Entre 1861 e 2022, pessoas com mais de 65 anos passaram de 4,2% para 23,8% do país, como aponta o Instituto Nacional de Estatística (Istat). Já pessoas com menos de 15 anos diminuíram de 34,2% para 12,7%, o que deixa em evidência a redução populacional do país. Ao todo, são 187,9 idosos com mais de 65 para cada 100 jovens com menos de 15 anos.

A ilha mediterrânea da Serdenha informou que irá paragr € 15 mil, aproximadamente R$ 76 mil, para cada novo morador. O plano está sendo levado a sério pelo governo local, com um orçamento de € 45 milhões, cerca de R$ 230 milhões, para viabilizar o projeto.

Outras partes da Itália também estão usando propostas semelhantes para atrair uma população mais nova. Na região da Calábria, os novos moradores ganham cerca de € 28 mil (R$ 153 mil) cada.

Já na vila de Santo Stefano di Sessanio, está sendo oferecido um valor de até € 50 mil (R$ 270 mil) em subsídios para quem se mudasse e trabalhasse por lá.Os interessados devem ter idade igual ou inferior a 40 anos e realizar a mudança no prazo de 90 dias após a aceitação da candidatura. Também é necessário abrir um negócio ou encontrar um emprego.

Mais ao sul do país, em Candela, uma pequena cidade na região de Puglia, com cerca de 2.700 habitantes, é uma das mais seguras da Itália. A vila oferece € 800 (R$ 4,3 mil) para solteiros, € 1,3 mil (R$ 7,1 mil) para casais e € 2 mil (R$ 11 mil) para famílias, assim que se mudarem. Para serem elegíveis, os recém-chegados terão de alugar uma propriedade, além de garantir um emprego com um rendimento mínimo de € 7,5 mil (R$ 41 mil) por ano.

Presicce-Acquarica, na província de Lecce, também na região de Puglia, pagará aos novos residentes até € 30 mil (R$ 164,2 mil) para se mudarem para a região. Além de um adicional de R$ 5 mil para cada bebê nascido na cidade. O dinheiro deve ser usado para comprar e reformar uma propriedade desabitada antes de 1991.

A cidade Mussomeli, na Sicília, está buscando fomentar seu desenvolvimento através de programas residenciais, leiloando casas a partir de € 1. O program teve início em 2017 e já vendeu mais de 300 casas. A região acumulava mais de 40 mil construções, mas apenas dez mil habitantes.

Suiça

A cidade de Albinen, nos Alpes Suíços, tem menos de 250 residentes e também está se oferecendo para pagar pela permanência de novas famílias. O município está oferecendo 25 mil francos suíços (R$ 138.520) para adultos com menos de 45 anos e 10 mil francos suíços (R$ 55 mil) por criança.

Inicialmente o subsídio foi aberto para cidadãos suíços ou estrangeiros qualificados, ou seja, que viveram na Suíça por tempo suficiente para obter uma autorização de residência. Os candidatos também devem morar em uma casa no valor de pelo menos 200 mil francos suíços, aproximadamente um milhão de reais, e devem se comprometer a morar em Albinen por dez anos.

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