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Santa Catarina já registrou 26 casos de feminicídio em 2024

Dados mais recentes apresentados pela Secretaria de Segurança Pública de Santa Catarina (SSP/SC) apontam que, até 16 de maio de 2024, foram registrados 26 casos de feminicídio em todo o Estado. A maior parte dos feminicídios deste ano foram em Blumenau, com três casos, e Joinville, também com três casos. Em Camboriú, foram dois crimes. Em Canoinhas, até o momento, há um feminicídio registrado.

As estatísticas relacionadas a 2024 evidenciam que o número de crimes é equivalente a uma mulher morta violentamente a cada cinco dias. Em 2023, foram 56 feminicídios registrados em todo o Estado de Santa Catarina. Dois deles aconteceram em Canoinhas.

CANOINHAS

Neste mês, em Canoinhas, um homem foi preso por equipes da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Canoinhas, acusado de ter matado a própria esposa, dentro de casa.

O crime teria acontecido entre os dias 13 e 14 deste mês, quando uma mulher foi atendida por equipes do Corpo de Bombeiros e do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), após ter sido encontrada caída no chão de sua casa, com um ferimento contundente na cabeça, que ocasionou afundamento de crânio.

A vítima chegou a ser transferida ao Hospital São Vicente de Paulo, em Mafra, devido à gravidade de seu estado de saúde. Ela foi atendida por equipes especializadas e ficou em observação, mas morreu na tarde do dia 21.

Os policiais militares que atenderam à ocorrência conversaram com o companheiro da mulher, que alegou que teria saído de casa pela manhã e, quando retornou, a encontrou caída no chão, inconsciente.

Por não haver indícios suficientes para conduzir o homem à Delegacia, de acordo com informações da Polícia Militar, ele foi ouvido e liberado ainda no Pronto Atendimento.

A mãe da vítima também foi ouvida pelos policiais. Ela alegou que brigas e agressões são constantes por parte do homem em relação a sua filha. Há, inclusive, o registro de uma medida protetiva da moça contra o homem, que teria sido retirada em novembro de 2023.

O mandado cumprido pela equipe da DIC tinha justamente o companheiro da mulher como alvo. Ele foi preso temporariamente e encaminhado ao presídio de Canoinhas, onde permanece à disposição da Justiça.

Em janeiro de 2023, Magali Oliveira, de 40 anos, foi morta pelo ex-marido Adalberto Plachek Rodrigues, de 33 anos. Segundo a Polícia Civil, familiares relataram que Rodrigues já havia ameaçado de morte a vítima, dizendo que a mataria e que em seguida cometeria suicídio.

O crime aconteceu na casa da vítima, na Cohab 1, no bairro Industrial 1, próximo ao Posto de Saúde do bairro. A mãe de Magali teria encontrado a filha agonizando antes de falecer. Ela trazia o neto que estava com ela de volta para a casa da filha.

Em setembro de 2023, a vítima foi Daiane Vogt, de 43 anos, assassinada pelo seu então companheiro. O principal suspeito segue preso preventivamente no Presídio Regional de Canoinhas.

O homem envolvido no caso, suspeito de matar Daiane, tentou convencer a Polícia de que ela teria se matado. Várias evidências, contudo, demonstraram logo de cara se tratar de um feminicídio.

Segundo a Polícia, Bruno César Barbosa, o suspeito, alterou a cena do crime. A conclusão é dos dois delegados que estiveram à frente da investigação. Eles contaram que a faca, encontrada na mão da vítima, teria sido colocada por alguém. Imagens de câmeras de videomonitoramento, principalmente uma que capta áudio, foram cruciais para desacreditar a versão do acusado, de que Daiane teria se suicidado.

MEDIDAS PROTETIVAS

De janeiro a abril de 2024, o Tribunal de Justiça de Santa Catarina emitiu mais de 11 mil medidas protetivas. Só em Florianópolis, foram 699.

Dados oficiais da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) apontam que, até o mês de setembro de 2023, eram 242 medidas protetivas ativas por mulheres em relação à ex-companheiros, na comarca de Canoinhas.

No próprio município, conforme as informações oficiais, em 2020 eram 57 medidas protetivas ativas. Em 2023, até o mês de setembro, o município contava com 167 medidas protetivas. Em Três Barras, no mesmo período, o salto foi de 28 medidas em 2020, para 103 em 2022 e, até setembro de 2023, 78 medidas protetivas ativas.

**Via JMais

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