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Será apresentada em União da Vitória, Premiada peça teatral

Foto: Divulgação

A peça, “Do cão fez-se o dia”, inspirada nas obras do escritor português Valter Hugo Mãe, será apresentada pela Inominável Cia. de Teatro amanhã, dia 17, e sábado dia 18, às 20h, no auditório principal da Uniguaçu.

Também com apoio da prefeitura municipal de União da Vitória, por meio de sua Secretaria de Cultura, o evento é gratuito para maiores de 16 anos.

O espetáculo foi criado por meio de um processo colaborativo realizado entre agosto de 2013 e março de 2014, após leituras das obras desse romancista realizadas pelo grupo de artistas envolvidos no projeto. Estreou em 28 de março de 2014, durante a Mostra Novos Repertórios, no Teatro Novelas Curitibanas, em Curitiba – Paraná, e foi convidado para o Litercultura – Festival Literário 2014.

Obteve excelente recepção por parte da crítica especializada e do público, com todas as sessões lotadas nos dois eventos. Em setembro de 2014 teve uma nova temporada do espetáculo no Miniauditório do Teatro Guaíra, em Curitiba.

O espetáculo recebeu indicações em três categorias, Melhor Direção – Lilyan de Souza, Melhor Dramaturgia – Marcelo Bourscheid e Melhor Atriz – Fabiane de Cezaro, no 35º Troféu Gralha Azul, um dos maiores prêmios do teatro paranaense em 2014.

Nos meses de maio e junho de 2015, a Inominável realizou mais uma temporada com 16 apresentações do espetáculo e em Julho do mesmo ano fez uma apresentação no encerramento da Feira do Livro do Sesc de Jaraguá do Sul.

 

A peça

Foto: Divulgação

Uma mãe doente e desesperada. Um pai que partiu, mas continua onipresente. Um filho que teve a infância interrompida cedo demais por causa da guerra e uma filha, cuja infância já dura mais que deveria.

O espetáculo navega por vários traumas da existência humana. O traço autobiográfico das personagens, criadas a partir do estudo conjunto feito pelos atores, é nítido. “A guerra da peça não é aquela do bombardeio entre países, mas a guerra menor, entre você com você mesmo”, explica a diretora Lilyan de Souza.

“Os traumas humanos são diluídos nessa grande guerra que é, na verdade, a enorme solidão de todo mundo”, conta.

Cada ator protagoniza uma guerra diferente. A irmã mais nova cultua um bonsai, que acredita conter a alma de sua gêmea natimorta. Ela anda em uma corda bamba, que representa a linha entre a sanidade e a loucura completa. Semelhante é a agonia da mãe, única figura adulta na história e que é a mais infantil, frágil e problemática das personagens.

Vítima de um estupro coletivo, ela não faz ideia de quem seja o progenitor de sua menina – e por isso a rejeita. Ambas esperam eternamente pelo pai da família, que nunca voltará.

O filho mais velho, que acaba por assumir o papel de patriarca, luta o tempo todo para racionalizar as emoções, colocar cada pessoa em seu papel. Ele inventa histórias para desafogar o sofrimento da irmã, ao mesmo tempo em que confronta a mãe com a realidade.

E finalmente o pai, figura onipresente, é um bloco de gelo pendurado no canto do palco. Pingando durante toda a peça, ele não nos deixa esquecer de sua presença, quase como uma tortura.

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