Na semana passada o radialista Luiz Carlos Scrock, no Show da Manhã, lançou um quiz para os ouvintes. “Quem foi Wenceslau Vaz?”. Essa foi a pergunta que fizeram muitas pessoas ligarem para a Rádio Colmeia, dando palpites, dizendo que era na verdade Wenceslau Braz, e não Vaz. Wenceslau Vaz é nome da rodovia que liga a Ponte Manoel Ribas (dos Arcos) até a BR 153 em União da Vitória. A Lei que denominou o nome da rodovia é de 1988.
Eis que na sexta-feira, 18, a própria filha de Wenceslau Vaz participou do Show da Manhã pra contar a história de seu pai, após sua mãe ouvir na rádio sobre o marido. Valéria Vaz Boni é moradora de Curitiba, mas sua mãe Maria Marques Carvalho Vaz, ainda mora no centro de União da Vitória.
Perguntada sobre quem foi Wenceslau Vaz, a filha muito emocionada disse “uma das pessoas mais queridas e alegres que eu conheci”. Valéria contou, com lágrimas nos olhos, que quando olha para sua filha mais velha, lembra muito de seu pai que teria 87 anos se ainda fosse vivo. Ele morreu em 1987, aos 51 anos, por conta da diabetes.
Seu Wenceslau era natural de Curitibanos/SC e sua família era muito grande. Segundo Valéria, eram mais de dez irmãos, e praticamente todos trabalhavam no ramo de caminhões. Na região, seu Wenceslau foi sócio de Eugênio Glinski em Irati. Além de ser motorista de caminhão, ele também teve uma oficina mecânica na Rua Manoel Estevão com sua residência ao lado. Muito querido entre a classe dos caminhoneiros, logo Vaz se tornou uma liderança em União da Vitória.
Mas como a rodovia recebeu o nome de Vaz? Valéria contou que seu Wenceslau era muito amigo do vereador já falecido, Benito Perizzolo, que quis homenageá-lo devido a liderança na classe dos caminhoneiros. A votação foi unânime na época e a rodovia foi batizada. Wenceslau Vaz transitava por todas as classes, tanto a popular quanto a alta.
Para Valéria, seu pai tinha uma qualidade peculiar, ele ajudava a todos os colegas caminhoneiros e também a todos que batiam em sua porta. Quando ele montou sua oficina, atendia muitos colegas que não tinham condições e não cobrava pelos serviços. Ela lembrou que quando estava em casa com sua irmã mais velha, muitas pessoas o procuravam. “Quando a gente estava em casa as pessoas batiam pedindo ajuda pra ele, ou quando eu saia com ele, as pessoas paravam e ele tirava o dinheiro que ele tinha do bolso, e se ele tinha 10, 20, 50 cruzeiros, acho que era na época, ele dava o que ele tinha”, disse.
Outra característica marcante que a filha disse do pai é que seu Wenceslau nunca reclamava da vida, apesar das dificuldades. “Eu nunca vi meu pai se queixar da vida assim”, lembrou, “ele foi uma pessoa de muita sorte na vida e com essa sorte que ele obteve ele distribuía entre os outros”.
Atualmente Valéria é professora na Unespar de União da Vitória e disse que leva consigo os ensinamentos do pai caminhoneiro e da mãe costureira, que sempre diziam, “estude, estude, porque o estudo ninguém te tira”, colocou a professora emocionada mais uma vez. Formada em letras pela FAFI, realizou uma especialização nos Estados Unidos, fez mestrado, doutorado e também fez pós-doutorado na Europa. Valéria sempre gostou de estudar e a maior herança que carrega de seu pais, principalmente seu pai, foi essa.
Você pode conferir o bate papo completo abaixo:
Por Mariana Baufleur