O Núcleo de Estudos Estratégicos Fecomércio SC analisou os últimos dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) referente ao primeiro trimestre deste ano e dimensionou a força do segmento de Comércio e Serviços na empregabilidade no Estado.
Confira os números destacados pelo estudo.
Santa Catarina tem 7,5 milhões de habitantes. No primeiro trimestre de 2024, 6,2 milhões dessas pessoas (83% da população) estavam em idade de trabalhar, ou seja, tinham 14 anos ou mais. Em comparação com o mesmo trimestre de 2023, houve um acréscimo de 127 mil pessoas, o que representa um aumento de 2,1%.
Do total de pessoas em idade de trabalhar, cerca de 4,2 milhões estão na força de trabalho, enquanto 1,9 milhão estão fora dela. Em comparação com o primeiro trimestre de 2023, o número de pessoas na força de trabalho cresceu 4%, enquanto o número de pessoas fora da força de trabalho diminuiu 1,8%.
Entre aqueles que fazem parte da força de trabalho, quatro milhões estão ocupados e 161 mil estão desocupados (ou desempregados). O número de pessoas empregadas em Santa Catarina aumentou 4%, enquanto o número de desempregados cresceu 3,9%.
TAXA DE DESOCUPAÇÃO
A taxa de desocupação em Santa Catarina foi de 3,8%, a terceira menor do Brasil. Dos 161 mil desempregados, 89 mil são mulheres (55%) e 72 mil são homens (45%). A taxa de desocupação entre os homens é e 3,1%, enquanto entre as mulheres é de 4,8%, a menor taxa de desocupação feminina do país. Em Florianópolis, 16 mil pessoas estão desempregadas, sendo oito mil homens e nove mil mulheres. Na capital catarinense, a taxa de desocupação é de 4,5% entre os homens e 5,9% entre as mulheres.
A taxa de informalidade em Santa Catarina foi de 27,4%, a menor do Brasil. Entre os homens, a taxa é de 28%, e entre as mulheres, é de 26,5%, ambas as menores taxas do país. Em Florianópolis, a taxa de informalidade é de 29,7%. Na capital, a informalidade é ligeiramente maior entre as mulheres (29,8%) em comparação com os homens (29,5%). Entre os homens, Florianópolis registra a quarta menor taxa de informalidade entre as capitais, enquanto entre as mulheres, ocupa a oitava posição.
POPULAÇÃO OCUPADA
São classificadas como ocupadas na semana de referência às pessoas que, nesse período, trabalharam pelo menos uma hora completa em trabalho remunerado em dinheiro, produtos, mercadorias ou benefícios (moradia, alimentação, roupas, treinamento etc.) ou em trabalho sem remuneração direta em ajuda à atividade econômica de membro do domicílio ou, ainda, as pessoas que tinham trabalho remunerado do qual estavam temporariamente afastadas nessa semana.
Santa Catarina possui quatro milhões de pessoas ocupadas. Em comparação com o primeiro trimestre de 2023, houve um aumento de 156 mil pessoas, representando um crescimento de 4%. Com isso, o nível de ocupação alcançou 65,5%, o segundo maior do Brasil, atrás apenas de Mato Grosso, com 66,1%. Ou seja, do total de pessoas em idade de trabalhar em SC, 65,5% estão trabalhando de fato.
O nível da ocupação, ou seja, a razão entre o total de ocupados e o total de pessoas em idade de trabalhar, é maior entre os que são empregados (seja na forma de trabalhador doméstico, empregado no setor público e no setor privado). Aproximadamente 2,8 milhões de pessoas estão nessa categoria, representando 46% do nível de ocupação. Entre esses empregados, a maioria trabalha no setor privado totalizando cerca de 2,3 milhões de pessoas. Trabalhadores domésticos representam 4% dos ocupados em idade de trabalhar, aproximadamente 161 mil pessoas.
A quantidade de trabalhadores autônomos chegou a 983 mil no quarto trimestre, um crescimento de 3,7% em relação ao primeiro trimestre de 2023. Esse total representa 15,9% das pessoas em idade de trabalhar. A maioria desses autônomos atua sem CNPJ (644 mil), um aumento de 9,7% no período. Por outro lado, o número de autônomos com CNPJ caiu 6,1%, totalizando 339 mil pessoas.
SETORES
Os setores com os maiores níveis de ocupação em Santa Catarina são a indústria geral (15,5%) e a indústria de transformação (15%), empregando juntos aproximadamente 1,9 milhão de pessoas. Ambas as indústrias registraram um aumento no número de empregados em comparação com o primeiro trimestre de 2023.
No comércio catarinense, o número de pessoas ocupadas cresceu 3,5% no mesmo período, totalizando 731 mil pessoas, o que representa 11,8% da população em idade de trabalhar no estado.
O setor de serviços, abrangendo atividades das categorias 6 a 11, emprega 1,8 milhão de pessoas, representando 29,4% da população em idade de trabalhar. Esse setor registrou um crescimento de 9,8% no número de empregados no período.
Somados, os setores de comércio e serviços empregam 2,5 milhões de pessoas, representando 41,2% da população em idade de trabalhar em Santa Catarina. Comparado ao primeiro trimestre de 2023, o número de trabalhadores nesses setores cresceu 7,9%.
RENDIMENTO MÉDIO MENSAL
A pesquisa revelou que o rendimento médio mensal no primeiro trimestre de 2024 foi estimado em R$ 3.421, um aumento de 2,9% em relação ao mesmo período de 2023, quando era de R$ 3.326. Entre as Unidades Federativas (UFs), o rendimento dos trabalhadores catarinenses é o quinto maior, ficando atrás do Distrito Federal (R$ 5.067), Rio de Janeiro (R$ 3.694), Mato Grosso (R$ 3.452) e São Paulo (R$ 3.281). Esse valor também está acima da média nacional, que é de R$ 3.123.
O rendimento médio dos homens foi de R$ 3.783, enquanto o das mulheres foi de R$ 2.956, uma diferença de R$ 827 a menos para as mulheres no primeiro trimestre de 2024. Entre as faixas etárias, o maior rendimento foi observado entre aqueles de 40 a 59 anos (R$ 3.787), enquanto o menor rendimento foi registrado entre os jovens de 14 a 17 anos (R$ 1.197). No entanto, o rendimento dessa faixa etária foi o que mais cresceu, com um aumento de 7,2%, enquanto o menor crescimento foi observado entre as pessoas de 25 a 39 anos, com um aumento de 1,9%.
DESEMPREGO
Aquelas pessoas que não tinham trabalho, num determinado período de referência, mas estavam dispostas a trabalhar, e que, para isso, tomaram alguma providência efetiva nos últimos 30 dias (consultando pessoas, jornais, internet, etc.).
A taxa de desocupação em Santa Catarina manteve-se estável em 3,8% no primeiro trimestre de 2024, afetando 161 mil pessoas. Entre as Unidades Federativas, esta é a terceira menor taxa do Brasil, com Rondônia e Mato Grosso registrando as menores taxas, ambas em 3,7%. A média nacional de desocupação foi de 7,9%.
Historicamente, a taxa de desocupação é menor entre os homens e maior entre as mulheres. Neste trimestre, a taxa foi de 3,1% para os homens (72 mil) e 4,8% para as mulheres (89 mil). A taxa de desocupação entre as mulheres que trabalham em Santa Catarina é a menor do Brasil.
Cerca de 21 mil jovens entre 14 e 15 anos estão desocupados em Santa Catarina, resultando em uma taxa de desocupação de 23,7%, que aumentou 2,4 pontos percentuais no trimestre. Entre as faixas etárias, a única redução na taxa de desocupação foi observada entre os jovens de 18 a 24 anos, com uma diminuição de 0,5 pontos percentuais. A taxa de desocupação nessa faixa etária foi de 8%, afetando 49 mil pessoas.
O desemprego é maior entre os que têm ensino médio incompleto (8,4%), atingindo 26 mil pessoas – e menor entre os que têm ensino superior completo (2,3%). Além disso, o desemprego cresceu mais entre aqueles que não têm instrução e que tem menos de um ano de estudo (3,4 p.p.). Por outro lado, o desemprego caiu entre os que possuem ensino fundamental e médio completo, ensino médio incompleto e ensino superior completo.
TAXA DE INFORMALIDADE
A taxa de informalidade é dada pela razão entre o total de pessoas que estão empregadas ou são empregadoras, mas que não tem carteira assinada; os trabalhadores domésticos que não tem carteira assinada; empregador sem registro no CNPJ; trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ; trabalhador familiar auxiliar; e o total de pessoas em idade de trabalhar.
Santa Catarina continua a registrar a menor taxa de informalidade entre as Unidades da Federação. No primeiro trimestre deste ano, o volume de trabalhadores informais no estado chegou a 27,4% da população ocupada, ou seja, em torno de 1,1 milhão de pessoas estão sem vínculos trabalhistas. No 1º trim. de 2023, esse índice era de 26,1%. No Brasil, a informalidade atingiu 38,9 milhões de pessoas (taxa de 38,9%).
A informalidade é mais alta entre os jovens de 14 a 17 anos (49,4%), totalizando 33 mil pessoas, e entre os idosos com 60 anos ou mais (47,8%), afetando 109 mil indivíduos.
Em termos de escolaridade, a taxa de informalidade é maior entre aqueles com ensino fundamental incompleto (46%), abrangendo 282 mil pessoas, e menor entre os com ensino superior completo (15,7%), totalizando 151 mil pessoas.
Quanto ao gênero, a informalidade é mais predominante entre os homens (28%), afetando 634 mil pessoas, e menos comum entre as mulheres (26,5%), abrangendo 473 mil pessoas.
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