
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a segunda maior causa de mortes entre jovens de 15 a 29 anos no mundo. Além disso, mais de 700 mil pessoas morrem por ano devido ao suicídio e estima-se que o número real ultrapasse 1 milhão por conta da subnotificação.
A cada dia, três suicídios são consumados no Paraná. Os dados são do Sistema de Informações sobre Mortalidade e do Painel de Monitoramento da Mortalidade, do Ministério da Saúde.
O cenário é alarmante e inspira cuidados. Com o intuito de chamar atenção para o problema, na manhã desta sexta-feira, no auditório da 6ª Regional de Saúde, em União da Vitória, foi realizada uma importante reunião do Comitê Regional de Saúde Mental, espaço coletivo que reúne instituições governamentais e privadas, de âmbito municipal e estadual, com o objetivo de promover reflexão, diálogo e construção de estratégias em saúde mental.
O encontro marcou um momento de integração entre diferentes setores da comunidade que compõem a 6ª Região de Saúde do Paraná, abrangendo os municípios de Antônio Olinto, Bituruna, Cruz Machado, General Carneiro, Paula Freitas, Paulo Frontin, Porto Vitória, São Mateus do Sul e União da Vitória. A proposta central é fortalecer o cuidado integral e ampliar a rede de atenção em saúde mental em toda a região.
Em alusão à campanha Setembro Amarelo, dedicada à conscientização e prevenção ao suicídio, o comitê promoveu um debate técnico voltado especialmente à imprensa, com foco na aplicação prática do relatório da OPAS/OMS “Prevenção do Suicídio: uma abordagem integrada e de promoção da saúde mental”, contextualizado à realidade local.
A programação contou com a presença da Profª Dra. Angela Maria Farah, referência nacional na área da comunicação, que trouxe uma reflexão aprofundada sobre o papel da mídia na promoção da saúde mental. “A comunicação é um instrumento poderoso. Quando tratamos de um tema tão sensível como a prevenção do suicídio, precisamos de responsabilidade, empatia e clareza. Nosso desafio é construir narrativas que acolham, informem e ao mesmo tempo ofereçam caminhos de cuidado”, destacou a especialista.
Representantes da saúde municipal e estadual também ressaltaram a importância da articulação regional. Segundo um dos integrantes do comitê, “o trabalho em rede é fundamental para que possamos oferecer suporte real às pessoas em sofrimento. Nenhum município, isoladamente, consegue dar conta de todas as demandas. É na união de esforços que encontraremos soluções mais eficazes”.
Denise Aparecida Teixeira, psicóloga e coordenadora regional de Saúde mental da 6ª regional, reforçou que a prevenção passa pela escuta e pelo fortalecimento das políticas públicas. Segundo Denise “Precisamos criar estratégias que cheguem até as comunidades, levando informação e apoio. O Comitê Regional é um espaço essencial para pensar coletivamente e transformar ideias em ações práticas e repensar os modos de comunicar as questões relacionadas ao suicídio”.
O encontro reforçou ainda o compromisso dos gestores, profissionais e instituições parceiras em ampliar o alcance das ações do Setembro Amarelo e em consolidar o Comitê Regional de Saúde Mental como um canal permanente de diálogo e construção de políticas integradas na área.
A reunião foi encerrada com a definição de novos encaminhamentos, incluindo a criação de grupos de trabalho e a organização de atividades conjuntas entre os municípios, voltadas ao fortalecimento da rede de atenção e à promoção do cuidado integral em saúde mental.



