Entenda como funciona a doação de medula óssea no país » Rádio Colmeia FM

Escute a rádio

Entenda como funciona a doação de medula óssea no país


18 de julho de 2022

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Dados do Registro Nacional de Medula Óssea (Redome) mostram que, no Brasil, cerca de 650 pessoas aguardam na fila por uma doação de medula de um doador que não seja um parente. A boa notícia é que o número de doadores voluntários cadastrados tem aumentado expressivamente nos últimos anos. Em 2000, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), eram 12 mil inscritos e, dos transplantes de medula realizados, apenas 10% dos doadores eram cadastrados no Redome. 

Hoje, com mais de 5,5 milhões de doadores inscritos, o Brasil tem o terceiro maior banco de dados do gênero no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha. “A chance de se identificar um doador compatível, no Brasil, na fase preliminar da busca, é de até 88%, e ao final do processo, 64% dos pacientes têm um doador compatível confirmado”, explicou o instituto.

A medula, conhecida popularmente como tutano, é um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos. Nela, são produzidos os componentes do sangue: hemácias (glóbulos vermelhos), leucócitos (glóbulos brancos) e plaquetas. Pelas hemácias, o oxigênio é transportado dos pulmões para as células de todo o organismo e o gás carbônico é levado destas para os pulmões, a fim de ser expirado. Já os leucócitos são os agentes mais importantes do sistema de defesa do organismo, combatendo infecções. Por fim, as plaquetas compõem o sistema de coagulação do sangue.

Como doar

Para ser um doador no Brasil, basta procurar o hemocentro do estado e agendar uma consulta de esclarecimento sobre a doação de medula óssea. O voluntário precisa ter entre 18 e 55 anos de idade e gozar de boa saúde. Ele vai assinar um termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) e preencher uma ficha com informações pessoais. Será retirada uma pequena quantidade de sangue – 10 mililitros (ml) – do candidato a doador. É necessário apresentar o documento de identidade.

A partir daí, o sangue é analisado por exame de histocompatibilidade (HLA), um teste de laboratório que identifica características genéticas a serem cruzadas com os dados de pacientes que necessitam de transplantes para determinar a compatibilidade. Em seguida, os dados pessoais e o tipo de HLA são incluídos no Redome. O Inca alerta para a importância de manter os dados sempre atualizados, tendo em vista que, quando houver um paciente com possível compatibilidade, o voluntário será consultado para decidir quanto à doação. Para seguir com o processo, são necessários outros exames que confirmem a compatibilidade, além de uma avaliação clínica de saúde. Somente ao final dessas etapas o doador poderá ser considerado é apto.

Há riscos?

Segundo o Inca, relatos médicos de problemas graves ocorridos a doadores durante e após o procedimento são raros e limitados a intercorrências controláveis. Por isso, o estado físico de saúde do doador é checado. “Em alguns casos, é relatada pequena dor no local da punção, dor de cabeça e cansaço. Por volta de 15 dias, a medula óssea do doador estará inteiramente recuperada”, acrescentou o instituto.

Pacientes

No transplante de medula, a rejeição é relativamente rara, mas pode acontecer. Por isso, existe a preocupação com a seleção do doador adequado e o preparo do paciente. O sucesso do transplante depende de fatores como o estágio da doença, o estado geral e as boas condições nutricionais e clínicas do paciente e do doador.

“Os principais riscos se relacionam às infecções e às drogas quimioterápicas utilizadas durante o tratamento. Com a recuperação da medula, as novas células crescem com uma nova ‘memória’ e, por serem células da defesa do organismo, podem reconhecer alguns dos seus órgãos como estranhos. Essa complicação, chamada de doença do enxerto contra hospedeiro, é relativamente comum, de intensidade variável e pode ser controlada com medicamentos adequados”, garante o institut.

Procedimento

A doação de medula óssea é um procedimento que se faz em centro cirúrgico, sob anestesia peridural ou geral. O procedimento dura cerca de 90 minutos e requer internação por um período de 24 horas. Nos primeiros três dias após a doação, pode haver desconforto localizado, de leve a moderado, que pode ser amenizado com o uso de analgésicos e medidas simples de controle da dor. Normalmente, os doadores retornam às suas atividades habituais depois da primeira semana após a doação.

Compartilhe a matéria nas redes sociais:

Leia outras matérias relacionadas:


4,6 mil pessoas já trocaram a foto da CNH com a autobiometria facial do Paraná

O projeto de autobiometria facial lançado pelo Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR) em janeiro já permitiu 4,6 mil atualizações na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A tecnologia, desenvolvida pela Celepar, está disponível no aplicativo Detran Inteligente e permite que o próprio cidadão faça a renovação da foto do documento pelo celular. Atualmente, a funcionalidade […]

Estado mais alfabetizado do Brasil, Santa Catarina busca ampliar alfabetização com método IntraAct

Santa Catarina é o estado com a maior taxa de alfabetização do Brasil e quer melhorar ainda mais os números com a implementação do método IntraAct. Com mais de 97% da população alfabetizada (Censo 2022), o Estado visa acelerar o aprendizado dos estudantes subsidiando o trabalho dos professores com a novidade. Desenvolvido na Alemanha, o […]

Dr. Vicente Caropreso cobra ação urgente do Governo Federal após tragédia no Morro dos Cavalos

Durante pronunciamento na tribuna da Assembleia Legislativa nesta terça-feira (8), o deputado estadual Dr. Vicente Caropreso (PSDB) fez duras críticas à falta de investimentos do Governo Federal para resolver os gargalos logísticos em Santa Catarina. O alerta veio após um grave acidente no trecho da BR-101 no Morro dos Cavalos, em Palhoça, que deixou cinco […]