Os funcionários da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) iniciaram uma greve nesta segunda-feira, 12. A paralisação atinge cidades de todo o Estado, e foi aderida por cerca de 90% do efetivo, incluindo trabalhadores da agência regional de Mafra.
Em entrevista exclusiva ao Riomafra Mix, o diretor do Sindicato dos Eletricitários do Norte de Santa Catarina (Sindinorte), Ailton Communello, informou que o ato deve início às 6 horas e segue por tempo indeterminado, até que haja negociação por parte da diretoria da estatal.
Segundo Ailton, a greve reivindica a contratação de mais trabalhadores, a manutenção da frota de veículos e o contrato de participação nos lucros e resultados da empresa.
“Desde que o Tarcísio Rosa assumiu a presidência da Celesc, junto com essa nova diretoria, a gente vem tendo problemas que, na nossa avaliação, afetam a imagem da empresa, quanto no atendimento ao consumidor e também nos índices técnicos”, comentou Ailton.
O líder sindical também destacou a diminuição do efetivo da estatal nos últimos anos. “Quando o atual presidente assumiu a gestão, haviam 3.984 empregados. Hoje, a Celesc possui 3.764 pessoas e não existe vontade política da diretoria em contratar trabalhadores, o que reflete justamente naquilo que é mais sensível, que é o atendimento ao consumidor”, acrescentou.
Para Ailton, os funcionários prezam pelo atendimento de qualidade ao consumidor, o que vem sendo afetado nos últimos anos. “A gente quer continuar atendendo da melhor qualidade possível. Houve uma implantação de um sistema comercial que ‘bugou’, que trouxe muitos problemas para a sociedade como um todo, que vinha na Celesc para tentar tirar a segunda via ou que a fatura vinha de uma maneira incorreta. E isso afeta a imagem da empresa. Também temos um sucateamento da frota, que afeta o serviço que a gente quer fazer. E culminou com isso tudo o nosso contrato de participação nos lucros e resultados da empresa, que a diretoria teima em mudar a lógica da nossa participação”, detalhou.
Conforme Ailton, a greve tem adesão voluntária, mas os trabalhadores estão conscientes da importância do ato. “É uma greve, inclusive, mais forte do que a última que nós aderimos, que foi em 2016. Eles tem consciência do ataque que estão sofrendo, por isso essa adesão tão significativa”, pontuou.
Questionado sobre eventuais emergências, o diretor do Sindinorte informou que os funcionários atenderão os casos emergenciais. “A gente vai atender, de forma voluntária, os serviços que afetam o suporte a vida, hospitais, bombeiros e risco ao consumidor. Por óbvio, uma greve traz transtornos a sociedade. Vai ter alguns serviços que, se a diretoria não negociar com a gente, óbvio que serão afetados”, concluiu.
O QUE DIZ A CELESC?
Em nota, a diretoria da Celesc informou que tem como objetivo estimular o diálogo e o aperfeiçoamento dos critérios da Participação nos Lucros e Resultados.
“A diretoria da companhia apresentou aos sindicatos de classe uma sugestão inicial de metodologia para a distribuição da PLR, visando estimular ainda mais o engajamento e a satisfação de todos os empregados.
A companhia informa que, no dia 2 de agosto, encaminhou convite a todos os sindicatos para discussão de uma nova metodologia de distribuição da PLR, com reunião para o dia 6 de agosto.
Contudo, ainda no dia 3 de agosto já foi anunciado pelo grupo sindical da Intercel (que representa uma parte dos empregados – incluindo atendentes comerciais e eletricistas) uma greve por tempo indeterminado, sem antes dialogar com a empresa.
No dia 6 de agosto houve o encontro inicial, porém, a Intercel saiu da reunião sem discutir a pauta de forma conjunta. No dia 7 de agosto foram feitas reuniões separadas com os dois grupos sindicais, sendo que a Intercel manifestou que não aceitaria qualquer proposta de modificação na forma de distribuição da PLR, porém o grupo formado pela Intersindical (Sindicato dos Engenheiros, dos Técnicos Industriais, dos Economistas, dos Químicos, dos Contabilistas e dos Advogados) manifestou interesse em continuar as discussões e não entrou em greve.
Na continuação das tratativas, na última sexta-feira, 9, foi enviada uma proposta formal buscando avançar nas negociações da PLR, com convite para reunião na próxima terça-feira, dia 13.
Nesta proposta fica assegurada uma parcela mínima de R$ 4 mil para cada empregado da Celesc, independentemente da sua categoria, incluindo atendentes comerciais e eletricistas, parcela a ser paga no mês de outubro deste ano.
A Celesc acredita que um diálogo positivo e aberto, certamente contribuirá para um resultado que atenda o melhor interesse de todos os Celesquianos. A Empresa mantém o firme propósito do pagamento da PLR 2024, com valores nos mesmos patamares de 2023, podendo atingir até R$ 56 milhões, com base no atingimento de todas as metas convencionadas.
A Companhia informa que a paralisação entre sua força de trabalho não é integral e, infelizmente, atinge principalmente as posições de atendimento ao consumidor.
Reforça ainda o desejo de que, com a manutenção do diálogo franco, esta situação seja superada em breve a fim de que a Celesc continue a fazer o que sempre fez: atender bem a todos os catarinenses.”
SERVIÇO
Ainda, de acordo com a nota, a Celesc destacou que mais de 20 serviços da empresa podem ser feitos online, sem sair de casa.
“A 2ª via da fatura pode ser solicitada pelo WhatsApp (48) 99860-0067, no Aplicativo ou Agência Web, onde também podem informar falta de energia, pedir ligação nova, troca de titularidade e outros 20 serviços.
Já no 0800 048 0120 podem solicitar serviços e tirar dúvidas 24 horas por dia, sete dias por semana. Se precisarem de atendimento emergencial, o telefone é 0800 048 0196. Saiba mais no site da Celesc”, concluiu o texto.
**Por Rio Mafra Mix