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Fungo Negro: Caso raro registra o primeiro paciente suspeito em Joinville


1 de junho de 2021

Divulgação

O “fungo negro”, denominado por especialistas como mucormicose, é estudado desde o final do século 19, considerado como grave e raro. Em sua grande maioria, pessoas com comorbidades podem ser contaminadas com maior facilidade, sem faixa etária específica. É encontrada em locais de muita umidade, mofo, ou até em solo com matéria orgânica em decomposição, como folhas, adubo ou madeira.

Embora os relatos vindos da Índia sejam preocupantes e precisem ser acompanhados de perto, o médico infectologista Marcelo da Silva Mulazani entende que eles não são motivos de grande alarme e é improvável que um cenário parecido se repita no Brasil ou em outros lugares do mundo.

“Os cuidados são dentro de casa, evitando os mofos, bolores, com os alimentos também. Pois não somente a mucormicose, como outros fungos podem ser gerados de uma forma alérgica. Joinville é uma cidade úmida, então se torna mais complicado. Por isso evitar a formação de mofos e bolores é fundamental.”

Caso suspeito em Joinville

Um homem, de 52 anos, morador da Zona Norte, com histórico de comorbidades (diabetes mellitus e artrite reumatoide) começou a apresentar sintomas gripais no dia 20 de fevereiro. Realizou o teste de antígeno no dia 23, confirmando o diagnóstico para Covid-19.

Teve que ser hospitalizado, porém, no dia 04 de abril recebeu alta para continuar a recuperação em casa. Dias após, o paciente apresentou cetoacidose diabética, uma complicação metabólica caracterizada por fatores relacionados com a diabetes. Além disso, também apresentou uma celulite facial, que prejudicou parcialmente a acuidade visual.

Por este motivo, iniciou imediatamente acompanhamento com médico especialista. Internou novamente em 21 de maio, para realização de procedimento cirúrgico. Atualmente, segue internado em unidade hospitalar particular, com monitoramento constante da Secretaria Municipal da Saúde, por meio da equipe da Vigilância em Saúde.

Mulazani informa que o resultado dos exames demoram de 15 a 45 dias, e referente o caso registrado na cidade, as informações concretas dos exames devem ser divulgadas ainda neste próximo final de semana. Os dados seguem sendo compartilhados com o Ministério da Saúde e com a Secretaria de Estado da Saúde.

Sintomas e prevenção

O quadro mata mais de 50% dos pacientes que contraem este fungo, por isso é considerado grave. Muitos precisam passar por cirurgias mutilantes, que retiram partes do corpo afetadas pelo micro-organismo, como os olhos.

Os sintomas mais comuns são dores súbitas, que evoluem para lesões localizadas. A infecção, que geralmente se manifesta na pele, pode espalhar-se para outras partes do corpo. Há tratamento com medicamentos também, que pode envolver um período de 4 a 6 semanas de terapia antifúngica intravenosa, dependendo do quadro clínico do paciente.

Conforme o infectologista, já foi registrado casos de fungo negro em Joinville há três anos, em 2018. Por não se tratar de algo novo, o caso continua sendo investigado pelo Ministério da Saúde, porém, ainda não há confirmação de que tenha alguma relação com casos da Covid-19. “Conforme observamos durante todos esses anos, não é uma doença que sofre mutação. Os pacientes que já contraíram a Covid-19 não precisam se preocupar. Todos devem se cuidar”

Entenda o caso na Índia

Médicos indianos estão vendo o crescimento vertiginoso de casos de mucormicose, uma infecção provocada por fungos que já acometeu quase nove mil pacientes com Covid no país.

A Índia é um dos países com maior quantidade de diabéticos do mundo e vive atualmente um descontrole da pandemia de Covid-19, com um alto número de pacientes internados que necessitam tomar corticoides. Para completar, em muitos locais mais afastados desse país, as condições sanitárias dos hospitais e das enfermarias não são as ideais, o que facilita o risco de contaminação por fungos.

A Índia se tornou o terceiro país a superar a marca de 300 mil mortes por Covid-19, depois de Estados Unidos e Brasil, em meio a uma agressiva segunda onda da pandemia.

**Jovem Pan News Joinville

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