Que tal ganhar dinheiro deitado, sem fazer nada? Emprego dos sonhos? A Agência Espacial Europeia ofereceu € 18.000 – quase R$ 100 mil – para 12 voluntários ficarem deitados por dois meses!
Eles estão participando de um estudo sobre medidas para neutralizar as mudanças que o corpo humano experimenta no espaço. Os resultados da pesquisa vão ser aplicados também em ações para a melhoria da qualidade de vida de idosos e pessoas com mobilidade reduzida aqui na Terra.
Os voluntários também devem pedalar, seguindo instruções específicas, e são submetidos a testes médicos. A pesquisa tem 88 dias de duração. Vai até julho e recomeça em janeiro numa nova etapa.
Deitados, mas não muito
Os voluntários são homens que têm de 20 a 45 anos.
Por 60 dias, eles são mantidos em camas inclinadas 6 graus abaixo da horizontal com os pés para cima.
Refeições, banhos e até mesmo pausas para o banheiro devem ser tirados dessa posição, com um ombro mantido no colchão – o tempo todo.
À medida que o sangue flui para a cabeça e o músculo é perdido por subutilização, os pesquisadores estão monitorando como os corpos dos participantes reagem.
Ciclismo na vida humana
A Agência Espacial Europeia informou que os estudos de repouso oferecem uma maneira de testar medidas para combater alguns dos aspectos negativos da vida no espaço, uma vez que durante as missões espaciais, os corpos dos astronautas passam por uma ampla gama de mudanças devido à falta de gravidade.
Nas viagens espaciais, o corpo sofre várias alterações dos olhos até o coração, inclusive músculos e ossos.
O estudo ganhou o nome de BRACE (Bed Rest with Artificial gravity and Cycling Exercise) e é o primeiro a investigar como o ciclismo poderia neutralizar as mudanças que o corpo humano experimenta no espaço.
Camas especiais
As camas dos voluntários têm bicicletas especiais no pé, que podem ser pedaladas horizontalmente. Em geral, astronautas praticam ciclismo em missões, pelo menos duas horas por dia.
Há, ainda, um dispositivo que permite girar os participantes para conduzir o sangue em direção aos pés, dobrando a força da gravidade.
“Encorajamos os voluntários a atingir seu esforço máximo na bicicleta e, em seguida, comparar o impacto com aqueles que não estão pedalando”, disse Rebecca Billette, chefe de pesquisa clínica do Instituto de Medicina e Fisiologia Espacial MEDES, em Toulouse, França.
O ciclismo foi escolhido porque já faz parte da rotina diária de condicionamento físico dos astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ESA).
“Esperamos entender o valor agregado da gravidade artificial à rotina de condicionamento físico que os astronautas seguem na Estação Espacial Internacional”, disse Angelique Van Ombergen, da ESA para ciências da vida na Human and Robotic Exploration.
O estudo vai até julho de 2023 e outro irá de janeiro a abril de 2024.
**Via Só Notícia Boa