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Grilos podem fazer parte da sua dieta em poucos anos


18 de novembro de 2023

Ilustrativa

A população do planeta está crescendo em um ritmo bastante acelerado. Em novembro de 2022 o planeta chegou a oito bilhões de habitantes e até 2050 esse número deve estar entre nove e dez bilhões. Isso significa que, além de ocuparmos ainda mais espaços, precisaremos de mais alimentos, e é aí que um problema que já existe deve ficar ainda pior.

Os custos — financeiros e geográficos — para produzir a quantidade necessária de alimentos, principalmente proteína animal, estão se tornando cada vez mais altos. E assim, uma alternativa viável que tem se tornado mais popular com o tempo é diversificar a alimentação com insetos. E de maneira mais específica, com grilos.

Para quem não está acostumado, a entomofagia — consumo de insetos — pode parecer estranha e até mesmo nojenta. Porém, ela é um hábito bastante comum em países da Ásia, África e América Latina. Segundo a FAO, Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, insetos fazem parte da dieta de aproximadamente 2 bilhões de pessoas.

Além de fatores culturais, o uso desses invertebrados na alimentação tem se mostrado uma alternativa interessante, principalmente em relação à produção. E os grilos estão entre os insetos mais populares para consumo. No Reino Unido, por exemplo, duas espécies podem ser vendidas para consumo humano: o grilo-doméstico (Acheta domesticus) e o grilo-listrado (Gyllodes Sigallatus).

E a escolha por esse inseto em particular tem um bom motivo. Na verdade, vários bons motivos. No geral, a criação de grilos têm um impacto ambiental menor do que outras fontes de proteína animal. Eles emitem menos dióxido de carbono por quilo de proteína comestível, quando comparado com frango, porco e gado.

Eles também possuem uma proporção comestível de 80% — frango, porco e gado têm proporções de 55, 55 e 40%, respectivamente. Mas o principal fator é que a quantidade de água direta ou indiretamente necessária para a produção de insetos é cerca de três vezes menor do que a necessária para o gado. Já a quantidade de terra necessária por quilo de proteína de inseto é de 50-90% menor do que a necessária para o gado.

Se as pessoas conseguirem superar a aversão — ou o nojo —, poderão se surpreender com um prato preparado com grilo. Ao menos é o que dizem as pessoas que já provaram o inseto em alguma refeição.

“Fui com a mente aberta, sem saber o que esperar, e honestamente a experiência me surpreendeu”, comentou Chris Carpineti, editor de vídeo que se voluntariou a experimentar um prato de grilos. “Se você não soubesse que havia insetos na comida, não teria adivinhado. A textura e o sabor estavam deliciosos, eu definitivamente experimentaria mais”.

Além disso, existem algumas vantagens nutritivas ao adicionar grilos no cardápio. Eles têm mais ferro do que espinafre, mais fibras do que arroz integral, mais cálcio do que leite, mais potássio do que bananas e mais vitamina B12 do que carne vermelha. Ou seja, talvez, se tornar um “insetariano” no futuro pode ser uma opção mais interessante do que você possa imaginar.

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