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Houve um tempo em que bebês eram enviados por correio nos EUA; entenda


18 de abril de 2023

Foto: Reprodução/Guinness World Records

É difícil acreditar, mas, no início do século 20, era possível enviar um bebê pelo serviço postal dos Estados Unidos. Em 1913, os correios passaram a aceitar pacotes acima de 1,8 kg e, sem qualquer regulamentação sobre o que poderia ou não ser enviado, diversas crianças foram transportadas até 1915, quando as leis foram finalmente alteradas.

Embora não fosse comum, há relatos de vários casos entre 1913 e 1915 em que as crianças foram enviadas a curtas e médias distâncias. Segundo o Guinness World Records, o primeiro caso do tipo foi registrado por Jesse e Mathilda Beagle. O casal de Ohio pagou 15 centavos em selos e US$ 50 em seguro para que um entregador levasse seu filho, James, até a casa de seus avós, a uma distância de 1,5 km.

No ano seguinte, o New York Times relatou situação semelhante, envolvendo um menino enviado por sua avó de Oklahoma para sua tia no Kansas. Foram 40 km por rota rural, e a criança usava uma etiqueta em volta do pescoço mostrando que custou 18 centavos para enviá-la.

No caso de distâncias maiores, era mais econômico enviar as crianças pelo correio ferroviário do que comprar uma passagem de trem. Há relatos de que uma menina de 4 anos foi transportada de Grangeville para Lewiston, em Idaho, para ver sua avó por esse meio.

Charlotte May Pierstorff, como era chamada, estava abaixo do limite de peso de 22,6 kg do Serviço Postal dos Estados Unidos e seus pais anexaram 53 centavos em selos postais em seu casaco. Ela viajou no compartimento de correspondência do trem por 117,4 km e foi entregue pessoalmente à avó pelo carteiro de plantão.

O que parece ser a última viagem de uma criança pelo correio dos EUA ocorreu em agosto de 1915. Na ocasião, Maud Smith, de 3 anos, foi enviada por seus avós por 64 km pelo Kentucky para visitar sua mãe doente.

Embora enviar crianças pelo serviço de entregas possa parecer estranho ou negligência, a historiadora Jenny Lynch destaca que a prática revela como as comunidades rurais se apoiavam nos correios. “Carteiros eram vistos como servidores de confiança. Existem histórias de transportadoras rurais fazendo partos e cuidando dos doentes. Mesmo agora, eles ainda salvam vidas, porque, às vezes, são as únicas pessoas que visitam uma casa remota todos os dias”, concluiu, em entrevista ao portal Smithsonian.

**Revista Galileu

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