Operação desencadeada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) e o Grupo Especial Anticorrupção (Geac) na manhã desta quarta-feira, 19, resultou na prisão de um prefeito nascido em Canoinhas. A investigação conduzida pela Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos do Ministério Público de Santa Catarina resultou na segunda fase da operação “Fundraising” desencadeada em 23 cidades catarinenses.
A operação busca desarticular possível organização criminosa, capitaneada por grupo empresarial, suspeita de praticar ilícitos contra a Administração Pública, especialmente o desvio de recursos públicos e fraudes em licitações, e que, em suas ações, estaria buscando recrutar agentes públicos e particulares com o fim de obter ganhos ilícitos em prejuízo ao patrimônio público.
De acordo com a investigação, o grupo criminoso atuaria com a finalidade de direcionar processos licitatórios em diversos municípios do Estado. Sob o pretexto de prestar serviços de consultoria e de assessoramento para captação de recursos públicos, buscava firmar contratos públicos sem que houvesse necessariamente a comprovação de qualquer atividade, mas que serviria de subterfúgio para que servidores públicos, assim como agentes políticos e particulares, alcaçassem ganhos ilícitos por meio do recebimento de vantagens indevidas.
O cumprimento dos 11 mandados de prisão preventiva, dos cinco de suspensão do exercício das funções públicas e dos 63 de busca e apreensão, expedidos pela Quarta Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), concentra-se em 23 municípios catarinenses, em um município do Rio Grande do Sul e em Brasília (DF).
PRESOS
Entre os presos está o prefeito de Pinhalzinho, o canoinhense Mario Afonso Woitexem (PSDB). Também foram presos a prefeita de Ipuaçu, Clori Peroza (PT); de Cocal do Sul, Fernando de Faveri Marcelino; e de Ipira, Marcelo Baldissera (PL).
Também são alvos da operação o prefeito de Jardinópolis, Mauro Francisco Risso (MDB); o empresário e ex-prefeito de Ipira, Emerson Ari Reichert (PT); e o empresário e ex-deputado federal Edson Bez de Oliveira (MDB).
A operação conta ainda com o apoio técnico das Polícias Penal e Científica de Santa Catarina, da Polícia Rodoviária Federal e do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, além da Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Delegacia de Combate à Corrupção (DECOR/PCDF), e do Gaeco e Centro de Produção, Análise, Difusão e Segurança da Informação (CI) do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
A investigação prossegue em segredo de justiça.
FUNDRAISING
A operação foi intitulada como “Fundraising”, expressão em inglês que se refere a uma metodologia que visa desenvolver processos para facilitar a captação de recursos. Na primeira etapa, deflagrada em setembro de 2023, 16 mandados de busca e apreensão foram cumpridos pelo Gaeco em Florianópolis, Itajaí, Blumenau, Gravatal e Brasília.