O prefeito Antonio Luis Szaykowski participou nesta terça-feira, 22, de uma reunião com o representante do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Edenilson Gomes. Participaram também do encontro o Secretário Municipal de Agricultura, Silmar Kazenoh, e o Presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STR), Silvio Kazenoh. Durante o encontro foram abordados assuntos referentes a produção de erva-mate nativa no município, sobre o reconhecimento da tradição e da qualidade do produto em nossa região.
O “Projeto Indicação Geográfica” tem como propósito o reconhecimento da tradição e da qualidade da erva-mate. A Indicação Geográfica (IG) é uma ferramenta coletiva de proteção e promoção comercial de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. É o reconhecimento da qualidade da tradição que uma região adquiriu ao logo da história na produção de um determinado produto, no caso de Cruz Machado a erva-mate nativa. O nosso território tem sua história profundamente ligada à atividade ervateira há mais de um século, tendo a exploração dos ervais nativos um dos elementos centrais na formação das paisagens.
As regiões centro-sul e sul do Paraná, produtoras de erva-mate, solicitaram a certificação de Indicação Geográfica (IG) conferida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A certificação aponta a procedência da erva-mate e representa um reconhecimento das qualidades particulares do produto proveniente destas regiões, podendo agregar valor na sua comercialização e abrir novos mercados.
O pedido de certificação abrange também a região norte catarinense e contempla 35 municípios do Paraná e 17 de Santa Catarina. O projeto foi apresentado ao Secretário Estadual da Agricultura, Norberto Ortigara, e agora passa pela fase de estruturação e arrecadação de recursos para ser apresentado ao INPI.
Caso a certificação seja concedida, ela beneficiará 170 mil produtores somente no Paraná. A erva-mate é um sistema complexo e tem grande importância socioeconômica para a agricultura familiar. Se um produtor desiste da cultura, pode demorar cerca de 20 anos para reconstruir o sistema, por isso é preciso criar incentivos.
O Paraná teve um grande ciclo histórico de erva-mate, mas agora os produtores não estão tendo o devido retorno. É preciso mostrar a eles que a participação neste projeto pode levá-los a um novo patamar de reconhecimento no futuro.
A erva-mate produzida nessas regiões é de cultivo sombreado e se diferencia das demais porque cresce em meio à mata nativa e possui um sabor menos amargo, evitando a adição de açúcar em sua composição. A erva-mate sombreada possui mais qualidade e é importante que seja reconhecida como um produto genuíno e mercadologicamente diferenciado.
O sul paranaense produz uma erva-mate com qualidade genética própria que desse ser conservada. É um sistema de produção característico da agricultura familiar, que tem poucos problemas com pragas e doenças, permitindo um produto com mais qualidade e originário do Paraná.