TJSC: importunação sexual não precisa de contato físico para caracterizar crime » Rádio Colmeia FM

Escute a rádio

TJSC: importunação sexual não precisa de contato físico para caracterizar crime


20 de outubro de 2020

Ilustrativa

A 3ª Câmara Criminal do TJSC manteve a condenação imposta a um homem por importunação sexual em continuidade delitiva. Em pelo menos quatro ocasiões, conforme os autos, enquanto observava uma adolescente de 14 anos descer e subir no ônibus escolar, o réu se masturbava e, em algumas ocasiões, fazia gestos para ela. Embora dentro de sua casa, ele ficava em local visível ao público e não apenas a vítima o via, mas outras pessoas também. O caso aconteceu numa cidade do interior de Santa Catarina em maio e junho do ano passado.

Em 1º grau, ele foi condenado à pena de um ano, cinco meses e 15 dias de reclusão, em regime inicial aberto, por infração ao disposto no artigo 215-A por quatro vezes, combinado com o artigo 71, ambos do Código Penal. A pena de reclusão foi substituída por prestação de serviços à comunidade e multa, no valor de um salário mínimo, em favor de entidade beneficente. Ele recorreu, com o argumento de que não havia provas aptas para embasar a condenação.

Ilustrativa

Porém, de acordo com o relator, desembargador Leopoldo Augusto Brüggemann, em casos como esse a palavra da vítima tem especial relevância, e a prova foi corroborada pelas declarações de familiares e também por mídias audiovisuais – há registros em vídeo do crime. A adolescente, conforme o processo, parou de frequentar determinados lugares com medo de encontrar o réu.

Caracteriza importunação sexual o ato libidinoso praticado contra uma pessoa, sem autorização desta, com o objetivo de satisfazer o próprio desejo ou de terceiros. Brüggemann explicou que, para configurar crime, não é necessário o contato do réu com o corpo da vítima. Segundo o magistrado, estão contidos no tipo penal tanto os atos em que, para a prática libidinosa, há o contato físico quanto aqueles em que isso não ocorre, a exemplo dos casos de contemplação lasciva. Com isso, ele votou pela manutenção da sentença e seu entendimento foi seguido de forma unânime pelos desembargadores Júlio César Ferreira de Melo e Getúlio Corrêa.

Compartilhe a matéria nas redes sociais:

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Leia outras matérias relacionadas:


Porto Vitória prorroga prazo para cadastro de sepulturas do cemitério municipal

A Prefeitura de Porto Vitória por meio de um decreto, prorroga por mais 90 dias o prazo para que moradores realizem o cadastro das sepulturas de seus entes queridos no cemitério municipal. O decreto que entra em vigor nesta terça-feira, dia 30 de abril, busca regulamentar e organizar o uso do cemitério, visando à liberação […]

Chuvas no Rio Grande do Sul deixam 31 mortos e 74 desaparecidos

O boletim divulgado pela Defesa Civil do Estado do Rio Grande do Sul atualizado na manhã desta sexta-feira (3) confirmou 31 pessoas mortas, 56 feridas e 74 desaparecidas em todo o estado, por causa das fortes chuvas que atingem a região desde a última terça-feira 30. Há ainda 7.165 pessoas em abrigos e outras 17.087 […]

União da Vitória se une em solidariedade ao Rio Grande do Sul

A Prefeitura de União da Vitória, em colaboração com a Cáritas de União da Vitória, está lançando uma campanha de arrecadação de donativos para ajudar o Estado do Rio Grande do Sul, que enfrenta momentos de tensão e desafios devido às inundações e chuvas torrenciais. Assim como em 2023, quando União da Vitória recebeu assistência […]