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A nova ponte de União da Vitória viabiliza importante eixo de crescimento


15 de junho de 2020

Imagem Governo do Paraná

A construção da nova ponte em União da Vitória vai acabar com o principal gargalo urbanístico da cidade. A obra viabilizada por meio de parceria entre o Governo do Estado e a prefeitura, ligará o Centro ao distrito de São Cristóvão, que concentra quase metade da população, nove dos 22 bairros e é um dos principais vetores de crescimento da região Sul do Estado.

A estrutura tem conclusão prevista para novembro de 2020. As obras foram aceleradas nos últimos meses e quase 90% do contrato foi quitado na gestão do governador Carlos Massa Ratinho Junior.

As obras na ponte de 492,8 metros de comprimento por 13 metros de largura alcançaram 60% de execução na primeira semana de junho e a iluminação já começou a ser instalada. A estrutura em si atingiu cerca de 99%, restando apenas o acabamento, mas a intervenção urbanística completa prevê melhorias nos dois acessos (Rua Coronel Amazonas e Avenida Paula Freitas), aterros contra enchentes, nova iluminação e repaginação para pedestres e ciclistas na travessia.

Imagem Governo do Paraná

O investimento de cerca de R$ 30 milhões foi do Governo do Estado, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR), em parceria com a prefeitura municipal, responsável pelos projetos arquitetônico e executivo. Foram gerados cerca de 130 empregos diretos na obra e atualmente 50 funcionários trabalham nos diferentes canteiros ainda em atividade.

A PONTE:

A nova conexão representa o fim de uma novela que se prolonga há 20 anos e o início de uma das intervenções viárias mais importantes da região Sul, polo madeireiro, industrial e universitário fundamental ao desenvolvimento do Paraná. “União da Vitória se desenvolveu em torno do Rio Iguaçu ao longo de 100 anos e a nova ponte é emblemática para demarcar o avanço da integração regional. É uma obra fundamental para gerar qualidade de vida, atrair novos empregos, investimentos e melhorias urbanas, compromissos ancorados na agenda de desenvolvimento sustentável que estamos aplicando no Paraná”, afirma o governador Ratinho Junior.

Imagem Governo do Paraná

O prefeito de União da Vitória, Santin Roveda, destaca que trata-se de um eixo de deslocamento muito grande do município e aponta para uma região que mistura zona residencial, comercial e cultural, com restaurantes, lojas, mercados. “O distrito de São Cristóvão possivelmente vai abrigar uma área com mais indústrias, novas empresas, até porque já tem um aeroporto com voos regionais e pelo acesso facilitado ao Centro”, explica o prefeito. “O crescimento da cidade nos próximos anos vai passar por essa nova ponte”.

“Essa obra era esperada há muitos anos pela população porque vai facilitar a vida de milhares de pessoas. Ela trará conforto, praticidade e mais segurança aos moradores. Cerca de 90% do convênio foi quitado durante essa gestão”, destaca o deputado Hussein Bakri, líder do Governo na Assembleia Legislativa e ex-prefeito de União da Vitória. “O Governo do Estado tem um olhar voltado para a infraestrutura e solução de entraves do desenvolvimento regional”.

CONEXÃO:

A ponte sobre o Rio Iguaçu será a quarta de União da Vitória e trará conquistas importantes para o município nas próximas décadas. A principal delas é a ligação rápida entre o distrito que concentra mais de 25 mil habitantes (população superior a 300 cidades do Paraná) e a região central, mas também será um eixo para acelerar o crescimento estratégico do município no sentido de Paula Freitas e da BR-476 (Rodovia do Xisto), onde está sendo planejada uma zona industrial.

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A Ponte José Richa, como foi batizada, foi erguida exatamente ao lado da ponte Machado da Costa, a famosa ponte metálica, construída em 1907 como parte da estrada de ferro de 1,4 mil quilômetros que conectava São Paulo (Itararé) ao Rio Grande do Sul (Santa Maria). Ela terá duas pistas com acostamento e pavimentação asfáltica.

A ponte conta com 14 pilares acoplados ao fundo do rio e 65 vigas de 1,70 metro de altura por 38 metros de comprimento. O curso das águas não foi alterado em nenhum momento durante a construção por conta da utilização da tecnologia de tubulão a ar comprimido, tipo de processo que permite acesso para escavação e fixação do concreto nas pedras sem risco de infiltração. A estrutura pesada foi projetada para suportar enchentes e facultar acesso a ambos os lados mesmo sob chuvas torrenciais.

A questão central do projeto é a mobilidade dentro de um município lindeiro a um rio, a integração dos bairros e a conexão com o Aeroporto Municipal José Cleto. As outras três pontes ativas (ponte férrea, Domício Scaramella e Manoel Ribas) atendem esse trecho em duplicidade e jogam fluxo interno intenso em uma rodovia federal (BR-469).

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Atualmente, a travessia do distrito para o Centro só pode ser feita pela Domício Scaramella, distante cerca de dois quilômetros da cabeceira da nova ponte. Do Centro para o distrito o acesso é pela ponte férrea, mas em pista simples e que se mistura ao traçado histórico do trem.

Além da construção da estrutura, serão revitalizados 2.874 metros de vias existentes em seu entorno e implantados 1,7 mil metros de novas vias, bem como uma ciclovia com nível inferior à atual rotatória na Rua Coronel Amazonas (sentido Centro), possibilitando fluxo contínuo de carros e ciclistas, e parques lineares em ambos os lados com pista de caminhada.

A mobilidade com transporte alternativo também foi fundamental no projeto, principalmente porque o município de quase 60 mil habitantes é plano e com movimento significativo de bicicletas. Segundo cálculos municipais, cerca de 3,2 mil ciclistas transitam apenas nesse ponto do município todos os dias – 700 somente entre as 6h15 e as 8 horas. Eles ficarão com a ponte centenária exclusiva para as bikes e pedestres.

“A cidade é centenária e mesmo após todos esses anos ainda estava dividida. Em termos de infraestrutura era um problema. As pontes existentes foram adaptadas para esse fluxo, mas apenas minimizavam o problema. A nova é uma ligação importante e mostra respeito com essa região do Estado. Vai abrir novos horizontes, a cidade vai viver um novo tempo”, ressalta o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.

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A ordem de serviço da ponte José Richa foi assinada em 2018. As obras começaram em julho daquele ano, mas foram intensificadas apenas em 2019, depois da resolução de problemas no consórcio contratado pelo DER-PR para a execução.

Durante o processo de construção também foi detectado um problema com o gabarito (altura da ponte) porque o projeto original não previa navegação com barcos. Foi solicitada uma revisão e a ponte foi “erguida” durante a construção, o que permite utilização do rio que corta o Estado de Leste a Oeste para fins comerciais e turísticos.

DISTRITO:

O distrito de São Cristóvão hoje é composto por nove bairros (Cidade Jardim, Sagrada Família, Nossa Senhora da Salete, São Braz, Bento Munhoz, São Sebastião, Bom Jesus, Ouro Verde e Nossa Senhora das Graças) e alguns conjuntos habitacionais, e sua população é maior, inclusive, do que aquelas de seis municípios vizinhos: Bituruna, Porto Vitória, Paula Freitas, Paulo Frontin, General Carneiro e Antônio Olinto.

Imagem Governo do Paraná

Pontes demarcam a história de União da Vitória

Pontes são vitais em cidades recortadas por rios e se confundem com a história desses locais. A primeira intervenção desse porte em União da Vitória foi em 1907, mais ou menos quando o município completou a maioridade. A ponte metálica da estrada de ferro que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul ajudou a conectar dois lados da mesma moeda. Com a Guerra do Contestado, os trilhos da ferrovia passaram a separar União da Vitória de Porto União (SC).

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A Ponte do Arco, erguida na curva do rio no Bairro Dona Mercedes, tem 279 metros de comprimento e foi inaugurada cerca de 40 anos depois, em 1944. Ela recebeu o nome oficial de Manoel Ribas, interventor federal do Paraná em meados do século passado, pela iniciativa de facilitar a conexão entre União da Vitória e Curitiba.

A Domício Scaramella foi construída entre as duas anteriores no mandato de José Richa, também mais ou menos 40 anos depois. Ela foi inaugurada em 1986, pouco depois da trágica “enchente de 1983”, episódio extemporâneo de muitas chuvas que deixou cerca de 70% da cidade submersa após o Rio Iguaçu subir alcançar 11 metros de altura. A nova ponte demorou o mesmo período histórico para sair do papel e homenageia ao ex-governador do Paraná.

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