Há dois anos a Associação Autismo sem Barreiras realiza trabalhos no Vale do Iguaçu. No dia 7 de agosto deste ano foi inaugurado a sala da Associação que fica localizada no terminal rodoviário de União da Vitória, sala esta cedida pelo município.
O Jornal Colmeia recebeu nesta segunda-feira, 1º de novembro, a presidente da Associação, Siane Pereira Andreiov, e a vice presidente, Débora Raquel Innocencio, para falar sobre os trabalhos realizados em União da Vitória e região com os autistas e suas famílias.
Em União da Vitória foi instituído pela Lei 4945 de 22 de julho de 2021 o dia Municipal da Conscientização do Autismo. Já o dia mundial do Autismo é comemorado no dia 2 de abril.
Muitas pessoas, por desinformação, tratam o autismo como uma doença, mas o autismo é um transtorno de desenvolvimento que acomete a linguagem, a comunicação e interação social geralmente diagnosticada entre os 2 e 3 anos de idade. Adultos também podem ser diagnosticados com o autismo.
“Ele tem algumas dificuldades a mais, algumas resistências a mais, mas ele não é uma criança doente, ele é uma criança com características diferentes, apenas isso”, disse a presidente da Associação.
Alguns dos sintomas e características mais comuns do autismo incluem:
– Dificuldade na interação social, como contato visual, expressão facial, gestos, dificuldade em fazer amigos, dificuldade em expressar emoções;
– Prejuízo na comunicação, como dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, uso repetitivo da linguagem;
– Alterações comportamentais, como não saber brincar de faz de conta, padrões repetitivos de comportamentos, ter muitas “manias” e apresentar intenso interesse por algo específico, como a asa de um avião, por exemplo.
Estes sinais e sintomas variam de leves, que podem até passar despercebidos, mas também podem ser moderados a graves, que interferem muito no comportamento e na comunicação da criança.
Silene, que é mãe da Wendy, de 16 anos, diz que a seletividade alimentar, também é um sintoma comum, em que as famílias tem muita dificuldade de adaptação. Ela conta que sua filha, aos 10 anos, comeu apenas arroz por 1 ano.
“Não pode ser comida com traços coloridos, com tempero, com verduras, é muito difícil a gente adequar a eles a comer coisas assim, então é tudo muito escolhido”, disse.
Já a vice presidente, que tem o neto Lucas, autista de 13 anos, disse que ele vai muito pelo olfato. “Que eu digo, coma isto daqui que é bom para você. Daí então ele cheira primeiro, aí ele diz gosto ou não gosto. É uma característica comum ao meu, mas cada autista define a prioridade ao modo dele, mas seletivos são todos”, apontou. Com isso os médicos receitam a reposição dos nutrientes e vitaminas.
O diagnóstico é feito clinicamente pelo pediatra, psiquiatra e até neurologista. Já o tratamento consiste em diversas terapias como a psicoterapia, equoterapia, fonoaudiologia e também o acompanhamento psicológico. O tratamento necessita ser contínuo, pois a pausa no mesmo causa um grande retrocesso no desenvolvimento do autista.
Na sala da Associação Autista sem Barreiras o trabalho só pode ser feito com as mães que já tem o laudo de diagnóstico do autismo residentes em União da Vitória. De acordo com Débora, a Associação pode orientar e encaminhar as famílias que ainda não tem o laudo, mas efetivamente para um encaminhamento às terapias, é preciso haver o laudo em mãos.
A sala funciona de terça à sexta-feira, das 14h às 17 horas e fica localizada no Terminal Rodoviário de União da Vitória na Rua Demétrio Sokolowski.
Você pode acompanhar a entrevista completa com a Siane e Débora, da Associação Autismo sem Barreiras abaixo.
Serviço
Sala da Associação Autista sem Barreiras localizada no Terminal Rodoviário de União da Vitória – Rua Demétrio Sokolowski, centro de União da Vitória.
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E-mail: sembarreirasautismo@gmail.com
WhatsApp: 42 98837-3619