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Curados, pacientes de Covid-19 sofrem preconceito ao voltarem para sociedade


20 de julho de 2020

Dr. Ricardo Krzyzanowski e Pedro Muller / Gisele Ovitski- Rádio Colmeia

“É o momento de a sociedade colocar um pouquinho a mão na sua consciência e perceber que todos nós estamos passando por isso”. Essa foi a fala do chefe da 6ª Regional de Saúde de União da Vitória, Dr. Ricardo Krzyzanowski, sobre a questão do preconceito que as pessoas que já passaram pelo Covid-19 passam ao retornarem ao convívio social. A entrevista foi realizada no sábado, 18, durante o programa Jogo Aberto, que também contou com a presença do Responsável técnico e Chefe da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional São Camilo, Pedro Muller. (Acompanhe aqui também).

Há casos em que as pessoas curadas foram proibidas de entrarem no comércio local. Segundo Krzyzanowski, no momento de pandemia qualquer pessoa está suscetível a contrair o vírus e ao se recuperar, voltará a normalidade da sociedade, sem prejudicar outras pessoas.

“Ela sofreu todo o prejuízo da doença, além de todo o acometimento psicológico (…) e, após passar por tudo isso, ainda será descriminado? Não é com preconceito que você vai se livrar da doença”, afirmou o chefe da Regional de Saúde, que pediu para que tratem as pessoas acometidas pela doença com carinho, atenção e respeito.

Krzyzanowski afirma que há relatos chocantes de pessoas que estão sendo discriminadas no dia a dia, desde entrada em estabelecimentos comerciais, como é caso de um paciente de 30 anos, já curado, o qual não quis se identificar, mas que relatou a equipe de jornalismo da Colmeia que não frequenta os mesmos estabelecimentos comerciais de antes, pois já chegou a ser barrado. “Para comprar um pão, que antes adquiria na padaria em frente à minha casa, preciso andar mais um quarteirão, pois não fui bem recepcionado no que já era cliente de tempos. Não fiquei mais ofendido com as palavras, mas olhares e gestos dizem muito e doem mais”, afirmou.  

O chefe da 6ª regional enfatiza que uma pessoa quando possui o diagnóstico de recuperada, está apta para voltar as suas atividades normais, sem fornecer risco a outras pessoas.

O Responsável técnico e Chefe da Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Regional São Camilo, Pedro Muller, salientou que todos possuem o chamado “instinto de sobrevivência” que tecnicamente “quando esse instinto é ativado, existe uma agressividade muito grande; é uma defesa pra gente se manter vivo e é isso que aconteceu na população de uma forma geral. O medo de morrer, faz com que alguém doente (…) seja visto como a pessoa má de todo mundo”.

Porém, Muller afirma que é necessário uma evolução. “Não é dessa maneira; a gente possui um bom conhecimento da doença, pra dizer que após a pessoa ser curada, estamos até mais protegidos, pois é uma pessoa que tem menos chance de transmitir a doença do que um que nem teve ainda”.

“Uma pessoa jamais deve ser descriminalizada, isso não é humano”, conclui Muller.

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