Na vastidão misteriosa das profundezas oceânicas, onde a escuridão é a norma e as pressões atingem níveis inimagináveis, reside uma criatura que capturou a imaginação do mundo e, por uma ironia surpreendente, tornou-se uma celebridade internacional por sua “feiura”. O peixe-bolha (Psychrolutes marcidus), apelidado carinhosamente de “Mr. Blobby”.
Em 2003, quando uma equipe de 20 cientistas pesquisou as profundezas a procura de novas descobertas, situadas a 2 mil metros abaixo da superfície, no Mar da Tasmânia. Após quatro semanas de exploração minuciosa, a equipe trouxe à tona um tesouro oculto de novas espécies marinhas, incluindo o notável peixe-bolha.
No entanto, o ápice da história ocorreu em 2013, quando o peixe-bolha foi coroado como o “animal mais feio do mundo” em uma competição internacional promovida pela Ugly Animal Preservation Society’s. Sua aparência, que lembrava uma mistura extravagante entre a Bolha Assassina e personagens de Star Wars, como Jabba the Hutt, conquistou a atenção global.
Mas em descobertas recentes é possível ver que a aparecia do animal ainda vivo é totalmente diferente. Esse peixe habita o fundo do mar, nas profundezas entre 600 e 1,2 mil metros, onde a pressão é opressora e a luz quase inexistente. Adaptando-se a essas condições extremas, sua estrutura corporal é surpreendentemente adaptada.
Para enfrentar as demandas da pressão nas profundezas abissais, o peixe-bolha desenvolveu ossos flexíveis e uma consistência carnuda semelhante à gelatina. Sua aparência única, que o fez parecer gelatinoso e esquisito ao ser trazido à superfície, é, na verdade, um efeito colateral da mudança na pressão atmosférica.
O peixe-bolha, em seu habitat natural, não se assemelha à criatura estranha que ganhou a atenção do público. Em seu ambiente profundo, ele assume a forma de um típico peixe ósseo. Uma fotografia cuidadosamente capturada revela sua verdadeira face, confira:
São poucas as informações comportamentais sobre o animal devido à sua localização em profundidades extremas, o estudo do peixe-bolha é desafiador. A maioria das pesquisas é baseada em fotos ou espécimes mortos, pois é difícil manter o animal vivo fora de seu habitat natural. Mas o pouco que se sabe é que ele flutua no fundo do mar de maneira semelhante a uma água-viva, aproveitando sua massa gelatinosa para mover-se. Sua dieta é composta principalmente por caranguejos e lagostas.
**Via O Hoje