A festa do aniversário de União da Vitória aconteceu na tarde desta sábado, na Estação União.
A população de União da Vitória esteve na tarde deste sábado, 26 de março, no Espaço Estação União, na divisa de Porto União com União da Vitória, para comemorar os 126 anos da cidade. União da Vitória fica um pouco mais velha neste domingo, 27 de março, mas como neste domingo é a Páscoa a administração municipal, resolveu fazer a festa um dia antes.
A comunidade que esteve na Estação União, pode ouvir muita música do passado e os grandes sucessos nacionais como internacionais.
Além da boa música os convidados puderam comer gratuitamente pipoca, cachorro-quente e ao fim da festa muitas crianças ganharam um pacote de doces pela passagem da Páscoa.
Enquanto muitos pais e jovens ouviam músicas a criançada pode se divertir muito nos brinquedos como na cama elástica, escorregador e tantos outros brinquedos.
Vale ressaltar que todos os anos a Prefeitura de União da Vitória, coloca a disposição da população o transporte público gratuito, aonde neste ano às 13h30, todos os ônibus saíram dos bairros sento ao terminal sem cobrar o valor da passagem. No final da festa às 17h, até às 19h, o transporte público também foi gratuito.
O vice-prefeito de União da Vitória, Jair Brugnago, esteve na festa dos 126 anos da cidade e conversou com a reportagem da Rádio Colmeia, aonde destacou que a festa é do povo e disse parabéns para a comunidade e uma Feliz Páscoa. Ao final Brugnago, afirmou o transporte público gratuito para a população estar na festa e ao final voltar para suas residências.
História da cidade:
As primeiras expedições na região ocorreram em 1726. Porém, não estabeleceram nenhum núcleo de povoamento. Nessa época os índios botocudos e caingangues habitavam densamente esta área. Com a descoberta dos Campos de Palmas, e a ocupação dos mesmos, surgiu a necessidade de encurtamento do caminho entre Palmas e Palmeira, para onde seriam conduzidas as tropas de gado.
Decorrente desta necessidade, Pedro Siqueira Cortes, em 12 de abril de 1842, descobriu o vau, o qual permitia a passagem de tropas e igualmente, servia como ponto de embarque e desembarque aos que utilizavam o trânsito fluvial.
Surgiu então o local denominado de Porto União, alterado em 1855 para Porto União da Vitória, e em 1877 para Freguesia de União da Vitória.
Principais acontecimentos históricos:
1880 – Proveniente de Palmas, o Coronel Amazonas de Araújo Marcondes fixa-se na Freguesia, como comerciante e entusiasta do desenvolvimento, e começa a implementar inovações, tais como a navegação a vapor e o fomento à imigração.
1881 – Inicia-se a colonização com a vinda de cerca de 24 famílias de imigrantes.
1882 – Começa a navegação pelo rio Iguaçu com o vapor “O Cruzeiro”, de propriedade do Coronel Amazonas.
1884 – O Coronel Amazonas transporta em seu vapor a primeira caldeira para a montagem da primeira serraria.
1890 – Assinado o Decreto 54, do dia 27 de março, criando-se a Intendência Municipal de União da Vitória, desmembrado-a do município de Palmas.
1896 – Passa pela cidade o profeta João Maria.
1907 – Inaugurada a ponte metálica definitiva da Estrada de Ferro São Paulo – Rio Grande, sobre o rio Iguaçu.
1912 a 1916 – Guerra do Contestado.
1917 – Com o Tratado de Limites ocorre o desmembramento da cidade, uma passou a chamar-se Porto União e a pertencer ao estado de Santa Catarina, e a outra União da Vitória, que continuou a pertencer ao Paraná
1990 – Centenário de Emancipação Política de União da Vitória.
Formação étnica
Os primeiros ocupantes desta região foram os índios, pertencentes às tribos dos Botocudos e Caingangues, sendo que o início dos fluxos imigratórios se deu com a vinda das famílias alemãs que começaram a colonização de União da Vitória, seguidas pelos poloneses, ucranianos, italianos e sírio-libaneses.
Principais etnias que formaram a identidade do povo de União da Vitória:
Alemães
Em 1881, por iniciativa do Cel. Amazonas, chegaram às margens do Rio Iguaçu, 24 famílias de alemães provenientes de São Francisco do Sul – SC. Apesar de encontrarem adversidades para se estabelecerem no local, pelas dificuldades de acesso, comunicação, abastecimento e ao solo de difícil manejo, formaram na região um núcleo de colonização.
Novas levas de imigrantes alemães continuaram a chagar à região nos anos e décadas seguintes, provenientes da Europa ou de outros núcleos de imigração do sul do Brasil, participando do desenvolvimento sócio-econômico da cidade, desbravando a localidade como um todo, com novas técnicas agrícolas e industriais. Eles fundaram escolas, clubes e comunidade luterana e os mantiveram, por meio dos anos seus costumes culturais e religiosos.
Italianos
Retomaram ao ano de 1882 os primeiros vestígios da imigração italiana em União da Vitória, onde se tem informações que atuaram na navegação e na agricultura. Em 1897, cerca de 9 famílias de italianos se instalaram na fazenda Vila Zulmira, e outras continuaram a chegar à região e deixaram importantes realizações.
Ucranianos
Os primeiros imigrantes procedentes, principalmente, das províncias ucranianas da Galícia e Bucovina, se fixaram na região por volta de 1892, se estabelecendo nas Colônias General Carneiro. Já em 1896, um contingente maior se espalhou por toda extensão do médio Iguaçu, principalmente em Mallet e Cruz Machado, Jangada, Legru e Nova Galícia. Estes imigrantes
eram, em sua maioria, lavradores, e se dedicaram ao mesmo ofício nas terras colonizadas. Outros ciclos imigratórios expressivos se seguiram às primeira e segunda Guerras Mundiais.
Seus costumes e tradições são preservados com tanta intensidade que se tornaram símbolo desta etnia. Suas festas, folclore, gastronomia e a religião ortodoxa são mantidos de geração a geração.
Poloneses
Dois grandes contingentes de imigração polonesa instalaram-se na região, de 1890 a 1896 e de 1907 a 1914; fixaram-se principalmente na área rural e dedicaram-se ao cultivo da terra e, como lavradores, contribuíram para o engrandecimento da região. Cabe a eles a introdução do uso da carroça no Brasil.
Ciclos econômicos
O primeiro ciclo econômico se deu por meio do Tropeirismo, que foi a mola impulsionadora do desenvolvimento da região. Para complementar esta atividade surgiu a Navegação pelo Rio Iguaçu que facilitou o deslocamento de pessoas, mercadorias e do gado.
O transporte por canoas se tornou uma rentável atividade, já que agilizava e tornava mais econômico o deslocamento de produtos essenciais para o entreposto de Palmas. Com a navegação surgiu um rico comércio, pois as canoas levavam para o interior sal, querosene, alimentos, tecidos, e traziam de volta erva-mate, couros e gêneros alimentícios, de Palmas e de Guarapuava.
Com o advento da Navegação a Vapor, a economia tomou um novo impulso, pois aumentou a capacidade reduzida de canoas, transpondo com maior rapidez e conforto o trajeto entre Porto Amazonas e União da Vitória. Os “vapores” foram os grandes responsáveis pelo incremento da colonização e desenvolvimento econômico do Vale do Iguaçu. Outro importante ciclo foi o da erva-mate, que trouxe desenvolvimento para o Vale do Iguaçu como um todo. A região teve um importante papel no transporte e na confecção de cestos, cangalhas e barricas para o acondicionamento do produto.
Porém, a atividade econômica que mais gerou renda foi a extração de madeira, que teve impulso com construção da estrada de ferro, o que propiciou a instalação de diversas serrarias.
A exuberante mata nativa, composta de espécies nobres e de alto valor econômico, como o pinheiro araucária, a imbuía e a canela, foi extraída em grande quantidade dada a farta mão de obra e a facilidade de transporte, fatores decisivos para a região se tornar um importante exportador de madeira.
Fonte história: Prefeitura de União da Vitória.