Um evento organizado pela pedagoga do Fórum de Rebouças, Erlindes Valigura, reuniu dois pensadores e executores de ações de atendimento ao próximo. Em comum, o posto de juízes, a coordenação de um Centro Judiciário de Solução de Conflitos (CEJUSC) e o interesse de compartilhar experiências, visando melhorar a vida do próximo. Resultado: pessoas que atuam com crianças e adolescentes com subsídios e conhecimento.
“Articulação para Adoção de Medidas Concretas na Garantia dos Direitos da Criança e Adolescentes” foi o tema, em parceria com o CEJUSC de União da Vitória, de palestras dos juízes: Laryssa Copack Muniz de Ponta Grossa e Carlos Mattioli de União da Vitória. O público, formado por servidores de organismos públicos relativos ao atendimento de crianças e adolescentes, desfrutou de informações fundamentais ao trabalho.
Laryssa frisou a importância do fortalecimento da rede de apoio. A juíza pontagrossense destacou o cuidado relativo ao ser humano. “A Era do Cuidado” parecer ter uma associação com a pandemia da Covid-19. Citado por ela, o caso de uso da máscara, como símbolo deste tempo, para proteger o outro. Por trabalhar nesta rede de proteção de apoio, estes anseios por cuidados ficam mais presentes, de acordo com a magistrada.
O cenário do próximo ano é incerto, sem se saber o real reflexo. A tendência é de que muitas demandas apareçam, no retorno ao convívio escolar. Uma das prerrogativas da justiça restaurativa é de ‘estarmos preparados para o pós-pandemia’. Entender as questões e ter respostas para estas situações será a práxis das Varas de Família e CEJUSC, no entendimento da magistrada ao compartilhar suas experiências.
Carlos Mattioli, que coordena o CEJUSC de União da Vitória, falou após a colega de magistratura. Para ele, a palestra ‘não foi para ensinar ninguém e sim para compartilhar experiências adquiridas no seu trabalho’, de gabinete aberto para a sociedade. Nos 34 projetos que estão sobre sua tutela, o juiz frisou a busca de ‘alternativas para soluções criativas’. Tudo se colocando ao lado, e estabelecendo parcerias, com órgãos públicos e sociais.
Para transformar a realidade à sua volta, numa atuação em rede frente ao trabalho com crianças e adolescentes, segundo o juiz é necessário postura diferenciada. Diante das dificuldades, o entendimento de Carlos Mattioli é de que tem de se ‘reformatar o trabalho’. Ele compartilhou suas experiências, de bater sola de sapato para estar (antes da pandemia) em meio ao povo, para se aproximar de suas realidades, saindo do gabinete no Fórum.
Tanto a Vara da Família quanto a Promotoria, atuam neste sentido de facilitar o acesso aos serviços da Justiça. Iniciado pelo combate à evasão escolar, os trabalhos foram se ampliando. Veio o CEJUSC, perfazendo atualmente os 34 projetos. Ao relatar as experiências, o juiz explanou sobre as tratativas e ajustes que vieram sendo trabalhados, tudo agindo em rede: Conselho Tutelar, Saúde, Educação e demais setores.
No campo do trabalho preventivo, exemplo da evasão escolar detectada nos primeiros meses de aula e ações para o retorno, com orientação prévia e advertência tanto dos riscos quanto da importância da educação. Esta iniciativa, bem como, as demais, se mantiveram e foram ampliadas durante a pandemia. Caso da Rede de Apoio CEJUSC/Coronavírus (RAC) que prestou mais 380 atendimentos psicológicos nos últimos sete meses.