Uma mesa redonda com o juiz da Vara da Família, Carlos Mattioli, promotor de Justiça, Júlio Ribeiro de Campos Neto, e secretário de Educação de União da Vitória, Ricardo Brugnago, fez parte do VI Dedica Municipal. A atividade abordou ‘Olhares pela Infância, Importância da Educação e as Relações Humanas’. Com valorização e importância aos educadores e 1ª Infância e autocuidado em tempos de pandemia.
De acordo com o secretário municipal de Educação de União da Vitória, Ricardo Brugnago, o desafio posto é referente ao esforço de cada profissional de educação neste novo sistema oriundo da pandemia. Tendo “gratidão aos educadores” pela superação e conquistas. “Momento que se orgulha dos resultados”, afirmou em relação à nota do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), divulgada em 15 de setembro deste ano.
Para o promotor de Justiça da Infância, Júlio Ribeiro de Campos Neto, o tripé de trabalho, com secretaria de Educação e Vara da Família, proporciona diferenciais. Tendo no empenho de cada educador papel preponderante. Na sua fala o representante do Ministério Público ressaltou a importância da educação na 1ª Infância, especialmente de 0 a 3 anos em que se forma a base intelectual do que será o ser humano ao longo da vida.
“A 1ª Infância é um norte para todos nós”, disse. Júlio Ribeiro citou de que esta etapa é fundamental para o desenvolvimento das pessoas, tanto com base na neurociência quanto na pediatria. Sendo primordial a participação dos pais para levarem a criança a outro patamar e que esta ausência impossibilita desenvolver as suas habilidades para lidar com as adversidades do dia a dia, sendo diferencial no comportamento e desempenho social.
O marco legal da 1ª Infância está na Lei nº 13.257/ 2016 estipula justamente a implementação de políticas públicas para as crianças, com atenção a especificidade e a relevância dos primeiros anos de vida desenvolvimento infantil e ser humano. Papel que tem participação da escola, mas depende da sensibilização social para que os pais cumpram, também, suas funções para melhorar o aproveitamento infantil e fortalecê-lo para a vida.
Por sua vez, o juiz Carlos Mattioli, da Vara da Família, destacou a maior nota do IDEB na história de União da Vitória “mesmo neste tempo difícil”. Segundo ele, “é um dia de comemoração”. O magistrado ressaltou a organização das atividades e a gestão de forma geral para atingir a qualidade da educação. Exercendo a busca ativa dos alunos ausentes, mesmo em momento de pandemia, como ‘atitude essencial’.
Em relação ao promotor, o juiz frisou a vocação de Júlio para estar sempre disposto em solucionar questões inerentes ao contexto diário, a qualquer hora sempre em atenção aos mais vulneráveis. Frisando uma conexão com a fala do promotor no sentido de que há grande influência na 1ª Infância da formação de pessoas mais capacitadas, até no sentido da coletividade. Desde segurança, passando pelo socioeconômico.
Crianças super estimuladas, além de transformadas e angariarem para si maior potencial de assimilar conhecimento, levam isso para os filhos. “Até as condutas mais simples podem fazer a diferença”, pontuou o juiz. O fato de mudar a nomenclatura de creche para Centro Municipal de Educação Infantil, por exemplo, traz consigo esta visão de formação da criança, segundo ele que ano passado esteve pessoalmente em mais de uma dezena de escolas municipais conversando com a comunidade escolar.
Carlos Mattioli observa que as jornadas duplas ou triplas são parte do cenário, especialmente das mães, e que é desafiante sentar ao lado dos filhos e colaborar, ajudar nas atividades escolares. “É uma soma de esforços”, disse em alusão ao papel de cada ente envolvido no sistema educacional e familiar, num cenário composto de muitos vulneráveis e com problemas familiares a serem sanados diariamente.
No retorno ao ensino presencial, uma atenção individualizada aos alunos será necessária. “Além da parte pedagógica neste sentido”, cita. De certa forma, todos são afetados em menor ou maior grau pela Covid-19 e é necessário o autocuidado para superar os desafios. Com olhar positivo e buscando ajuda profissional quando necessário, utilizando-se de técnicas de enfrentamento, como o “treinamento do cérebro para a gratidão, para contemplar e reconhecer coisas boas do cotidiano”.