Enquanto o Ministério Público não abre o processo que culminou com a abordagem por membros do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do prefeito de Bela Vista do Toldo, Adelmo Alberti (PSL), e de outras três pessoas na manhã desta terça-feira, 6, é possível inferir que supostos contratos forjados teriam dado sequência a investigação.
No despacho do desembargador Sérgio Antonio Rizelo, que justificou a prisão do então prefeito de Major Vieira, Orildo Severgnini, e seu filho, Marcus Vinicius, há uma citação direta a Bela Vista do Toldo. No curso do cumprimento dos mandados de busca e apreensão, foram encontrados fortes indícios de que os investigados – Orildo e o filho – usavam uma empresa de propriedade de uma pessoa chamada Rodrigo dos Santos para prestar serviços a municípios vizinhos. Na casa de Orildo foi encontrado um contrato de credenciamento da empresa de Rodrigo dos Santos para fornecimento de horas máquinas ao município de Bela Vista do Toldo.
Já na casa de Marcus foi localizada uma procuração do Rodrigo dos Santos para que gerisse a empresa “da maneira que lhe aprouver”. Também foram localizadas na casa de Marcus anotações com um endereço de e-mail, com senha, no nome de Rodrigo dos Santos. Contudo, ao diligenciar para obter provas desse e-mail, constatou-se que todas as mensagens haviam sido apagadas e havia como e-mail cadastrado o de Marcus.
“Em nova tentativa de acesso, solicitou-se o envio de código de segurança em caso de perda de acesso ao endereço eletrônico. Como opção para o encaminhamento do código consta o e-mail manosevergnini@hotmail.com”, relatou o Ministério Público.
“Mano” é alcunha de Marcus Vinícius Brasil Severgnini. Para o MP, além de ter acesso ao endereço de e-mail “rodrigodossantosmv@hotmail.com”, Marcus apagou o conteúdo da caixa de e-mail e modificou a senha de acesso. Isso no dia 3 de agosto de 2020, ou seja, depois do cumprimento das ordens de busca, quando ele já sabia que era alvo do procedimento.
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