Casos envolvem aranha-marrom e aranha-armadeira
Conforme as estatísticas mais recentes divulgadas pelo boletim Barriga Verde, da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina, foram 4.407 acidentes com aranhas em todo o Estado, no período entre 2018 e 2022.
O gênero Loxosceles, a popular aranha-marrom, foi o principal causador dos acidentes, mas também houve casos envolvendo o gênero Phoneutria, a aranha-armadeira. Os dados relativos ao Planalto Norte apontam para taxa de incidência entre 159,69 e 196,80 por 100 mil habitantes em 2022.
Predominantemente, as vítimas dos acidentes com aranhas foram homens, representando 52,2% dos casos e a faixa etária mais acometida foi a de 20 a 64 anos. A zona de ocorrência com maior número de casos foi urbana, com maior incidência das picadas em pés e pernas das vítimas.
A maioria dos casos foi classificada como gravidade leve, sendo que em apenas 1,2% dos casos registrados foi necessária a realização de soroterapia. Houve, ainda, um óbito em todo o Estado.
Com relação à aranha-marrom, a maior parte dos acidentes aconteceu no interior de residências, evidenciando uma característica já conhecida da espécie, ao se esconder dentro de casa, atrás de quadros e aberturas de janelas, por exemplo. Maior parte das vítimas foram mulheres, com mais de 4 mil casos registrados.
Essa espécie tem uma picada pouco dolorosa, mas que pode evoluir para necrose seca e úlcera. Os sintomas da intoxicação pela peçonha da aranha-marrom envolvem mal-estar, dores de cabeça, febre e pode ocorrer insuficiência renal aguda.
Em relação à aranha-armadeira, os acidentes foram registrados em situações externas, como locais com entulhos e jardins. A maioria das vítimas da espécie foram homens.
A picada dessa espécie pode gerar dor imediata e irradiada, além de sudorese e sensação de formigamento no local. Os sintomas posteriores envolvem hipertensão arterial, agitação psicomotora, taquicardia e vômito.
Acidentes com aranhas registrados em Santa Catarina entre 2018 e 2022:
O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES
Manter a vítima calma e deitada;
Tentar manter a área afetada no mesmo nível do coração ou, se possível, abaixo dele;
Evitar que a vítima se movimente para não favorecer a absorção do veneno;
Localizar a marca da mordedura e limpar o local com água e sabão;
Cobrir com um pano limpo;
Remover anéis, pulseiras e outros objetos que possam garrotear (apertar a circulação), em caso de inchaço do membro afetado;
Levar a vítima imediatamente ao serviço de saúde mais próximo, para receber o tratamento necessário;
Se possível, levar uma foto do animal ou apresentar o máximo de características possíveis para que ele seja identificado e para que a vítima receba o soro específico.
O QUE NÃO FAZER
Não fazer torniquete – isso impede a circulação do sangue e pode causar gangrena ou necrose local;
Não cortar o local da ferida, para fazer ‘sangria’;
Não aplicar folhas, pó de café ou terra sobre a ferida, pois poderá provocar infecção.
COMO EVITAR ACIDENTES
Usar botas: isto evita até 80% dos acidentes durante o corte de vegetação, por exemplo, pois as cobras picam do joelho para baixo. Porém, antes de calçar as botas, verifique se não há aranhas, escorpiões ou outros animais peçonhentos na parte interna.
Proteger as mãos: não coloque as mãos em frestas, tocas, cupinzeiros, ocos de troncos, etc. Use um pedaço de madeira para verificar se não há animais nesses locais.
Acabar com os ratos: a maioria das cobras alimenta-se de roedores. Por isso, mantenha sempre limpos os terrenos, quintais e plantações evita atrair esses predadores.
Conservar o meio ambiente: os desmatamentos e queimadas, além de destruírem a natureza, provocam mudanças de hábitos dos animais, que se refugiam em celeiros ou mesmo dentro de casas. Evite matar os animais, pois eles contribuem para o equilíbrio ecológico.