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Uma seca sem precedentes perto do local onde o rio Negro e o rio Solimões se unem para formar o rio Amazonas está permitindo algumas descobertas arqueológicas. As gravuras rupestres em rochas que ficam submersas na maior parte do tempo já eram conhecidas dos arqueólogos locais, mas a extensão da seca permitiu descobrir mais figuras.
Segundo os arqueólogos, as figuras foram feitas entre 2 mil e 1 mil anos atrás, portanto bem antes da época da colonização. A maioria das figuras retrata faces humanas, algumas com desenhos mais quadrados e outras com formato mais arredondado. Outros desenhos de vários rostos juntos parecem mostrar famílias inteiras. Além disso, existem reproduções de animais e de água.
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Outro vestígio arqueológico que pode ser encontrado nas pedras que outrora estavam submersas são as oficinas líticas, ou seja, os locais e rochas utilizadas para a confecção e afiação de flechas e lanças. Ainda não se sabe ao certo se as figuras foram feitas em épocas de baixo nível da água ou se há milênios os rios tinham outra profundidade naturalmente.
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A seca
A seca que permitiu a visualização dos registros arqueológicos tem causado sérios problemas na região Norte do Brasil. Morte de animais, fome e falta de água são alguns dos efeitos da condição climática.
Quando as descobertas arqueológicas foram feitas em 2010, o nível da água no rio Negro havia caído para 13,63 metros. Dessa vez, o nível alcançou 12,89 metros, o menor índice já registrado em 121 anos. Em comparação, o recorde de alta é de cerca de 30 metros.
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Segundo boletim do Governo Estadual do Amazonas, 59 municípios do estado estão em situação de emergência devido à seca. Estima-se que 146 mil famílias foram afetadas, o que significa mais de 590 mil pessoas. O Governo Federal junto com a Marinha e o Exército realizaram ações de emergência na localidade, distribuindo mais de 6 mil cestas básicas e milhares de caixas de água mineral. A seca deve continuar até o início de novembro, quando se encerra o período de estiagem.
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A seca está sendo influenciada pelo El Niño, um fenômeno natural que está ficando mais forte e mais frequente devido à atividade humana e ao aquecimento global. Na prática, o El Niño ocorre com o aquecimento das águas do oceano Pacífico, que leva a uma alteração do regime de ventos e chuva em todo o mundo. No Brasil, o El Niño causa mais chuvas nas regiões Sul e Sudeste, e estiagem nas regiões Norte e Nordeste. O fenômeno é o oposto do La Niña, que afetou o país nos últimos 3 anos.
**Via Mega Curioso