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Com apoio da Defesa Civil, União da Vitória e Morretes avaliam alcance do novo alerta


21 de agosto de 2024

Foto: Defesa Civil

Desde o teste nacional do Defesa Civil Alerta, no começo do mês, os servidores das defesas civis municipais de Morretes e União da Vitória e da Defesa Civil do Paraná estão em contato com os moradores das áreas de risco de ambos os municípios para avaliar a recepção da novidade. A nova tecnologia utiliza o Cell Broadcast, que usa a geolocalização para emitir um aviso que se sobrepõe a outros aplicativos do celular, sem exigir cadastro prévio.

O sistema foi desenvolvido pelo governo federal para informar a população de um município sobre um evento severo. Ele está sendo implementado em conjunto entre o Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil, o Ministério das Comunicações, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as empresas de telefonia móvel. Ferramentas similares estão em uso em países como Estados Unidos, Alemanha, Itália e Chile.

A avaliação do alcance e do desempenho do teste deve ser encaminhada pelas prefeituras para a União até o dia 10 de setembro. Este período de 30 dias servirá para a realização de adequações.

Em Morretes são 23 áreas de risco, mapeadas a partir dos eventos extremos dos últimos anos, com 3.923 residências. Nesta segunda-feira, 19, os servidores municipais e estaduais estiveram nos bairros Vila Freitas e Raia Velha para mais uma etapa do levantamento de informações do Defesa Civil Alerta. Esse trabalho é parte da comunicação direta com a população para saber se as informações estão chegando nas comunidades que mais precisam.

“Isso é feito através de contatos por telefone e por visitas. Esse alerta complementa os recursos já existentes por SMS, WhatsApp e Telegram, que continuam sendo utilizados. A ferramenta se soma a esse esforço de aviso e é mais uma maneira de chegar à população antes do desastre”, afirma o capitão Marcos Vidal, da Defesa Civil Estadual.

Na casa do construtor Júlio César dos Santos, as nove pessoas que estavam no local receberam a mensagem no dia do teste. Ele mora há 40 anos no bairro Raia Velha e já perdeu as contas de quantas cheias alcançaram os imóveis do terreno. “Quando começa a encher é muito rápido, às vezes em 10 minutos não podemos sair mais. Esse alerta é um muito bom pra nós. Se tiver risco a gente sai”, diz.

A operadora de caixa, Lourdes Mislaine Mariane se mudou para o bairro Vila Freitas em 2010. O bairro é o primeiro a alagar no município por ser uma localidade baixa, próxima a uma curva do rio Nhundiaquara. Ela já passou por sete enchentes, e algumas delas cobriram todo o primeiro andar do sobrado. “Agora com esse alerta a gente fica mais tranquilo porque é mais rápido”, declara.

Edson Alves, coordenador da Defesa Civil de Morretes, destaca que 70% da área do município está suscetível a enchentes ou deslizamentos, o que reforça a relevância deste alerta. Ao todo 3.923 imóveis estão localizados nestas áreas onde vivem 13.416 pessoas. As famílias desses locais, por exemplo, também já sabem que pelo plano de contingência devem ir para locais seguros indicados previamente pelas equipes. Novas reuniões e simulados estão previstos para os próximos meses. 

“Os moradores consideraram de extrema importância esse novo sistema de alerta e para nós é muito bom porque melhora o nosso jeito de trabalhar. Em todas as áreas as famílias já estão cadastradas nas outras plataformas disponíveis, mas a gente sempre visita esses bairros e atualiza as ferramentas”, diz.

Em União da Vitória, mais de 400 moradores responderam perguntas sobre o teste e aprovaram a novidade, de acordo com o coordenador da Defesa Civil, Ricardo Sommer. Ao todo, são 13 áreas de risco distribuídas em bairros como Cidade Jardim, São Bernando, Fonte Nova e Sagrada Família, localizados na margem do rio Iguaçu. 

As medições constantes realizadas pela Defesa Civil permitem ao município estimar o nível do rio para as próximas 24 horas e se mobilizar para a retirada preventiva das pessoas. Diante da tragédia vivida na cidade em novembro de 2023, o coordenador vê a ferramenta com um grande aliado no contato com a comunidade. “A gente avisa as pessoas com um dia de antecedência que a casa será invadida pela água, com o alerta chegamos a mais pessoas em muito menos tempo”, afirma Sommer. 

No ano passado, a enchente afetou 40% da área de União da Vitória, alcançou 6.665 mil imóveis e afetou 17.996 pessoas.

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