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Enfermeira do Hospital do Trabalhador é a primeira a ser vacinada no Paraná


19 de janeiro de 2021

A enfermeira Lucimar Josiane de Oliveira, de 44 anos, foi a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 no Paraná. Junto com outros sete colegas que desde o início da pandemia atuam na linha de frente do Complexo Hospitalar do Trabalhador, às 21h48 desta segunda-feira (18), a parnanguara recebeu a primeira dose do imunizante, em evento na capela do Hospital do Trabalhador, em Curitiba.

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“Estou lisonjeada por ser a primeira a tomar a vacina no Paraná, uma mulher negra e mãe de dois filhos”, afirmou Lucimar. “Foram tempos difíceis, com um pouco de medo e ansiedade do que viria no futuro. Mas hoje me sinto bem, feliz, esperançosa com a vacina e muito orgulhosa com o trabalho que o HT vem fazendo junto aos pacientes e o apoio aos funcionários”, completou.

A etapa inicial da campanha de imunização foi acompanhada pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, que pela manhã foi a São Paulo para receber as primeiras doses disponibilizadas pelo Ministério da Saúde. O Paraná recebeu, para a primeira etapa da vacinação, 265.600 doses do imunizante CoronaVac, produzido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan. 

Ratinho Junior destacou o papel dos profissionais da saúde ao longo de toda a pandemia e também elogiou os laboratórios públicos que vão produzir as vacinas contra a Covid: o Instituto Butantã e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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“É um dia histórico para o Paraná e para o Brasil. Depois de tanto desencontro, temos agora um encontro com a ciência, com a medicina e um encontro com a esperança de retomar a vida novamente”, disse. 

“Ainda não vencemos a pandemia, estamos vencendo uma parte dessa guerra contra o coronavírus. E começamos por aqueles que mais trabalharam durante a pandemia e que colocaram as suas vidas à disposição para cuidar de outras vidas”, afirmou. “Nossos profissionais da saúde estão há dez meses trabalhando ininterruptamente para cuidar das nossas famílias e daqueles que se infectaram. Nada mais justo que eles recebessem um mínimo de defesa para enfrentar essa guerra”, completou o governador.

Na manhã de terça-feira (19), as doses começarão a ser enviadas aos municípios, que serão responsáveis pela estratégia de vacinação. De acordo com o Plano Estadual de Imunização, os primeiros grupos vacinados serão os profissionais de saúde, indígenas, idosos com 60 anos ou mais institucionalizados (que vivem em asilos ou casas de repouso) e pessoas com deficiência severa.

“Passamos por momentos duros, em que fomos colocados à prova. O fato é que a ciência é fundamental, depois de dez meses chegamos em várias vacinas e agora esta dedicação de diferentes profissionais se materializa. Desde o início o Paraná foi um defensor do Programa Nacional de Imunização, para que todos os municípios tenham acesso à vacina”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Beto Preto. 

EMBLEMÁTICA — A data não poderia ser mais emblemática. Nesta segunda-feira, o Complexo Hospitalar do Trabalhador completa 74 anos. Em março, as seis unidades que formam o complexo se tornaram referência em Curitiba para o atendimento dos pacientes contaminados com o novo coronavírus, com quase 150 leitos destinados exclusivamente para a doença. 

Emblemática também é a história de Lucimar, que atua há 22 anos na área da saúde, mas se tornou oficialmente enfermeira em 2020. O ano que  foi desafiante para todos, especialmente para quem esteve na linha de frente no combate à pandemia, privou Lucimar de comemorar seu recém-conquistado diploma.

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Antes disso, porém, ela trilhou um longo caminho dentro de hospitais e serviços de saúde. Começou como auxiliar de serviços gerais e passou a se especializar: fez curso de auxiliar de enfermagem, técnico de enfermagem, socorrista e, por fim, o curso de Enfermagem da Universidade de Marília, em São Paulo.

No Hospital do Trabalhador, foi contratada inicialmente como bolsista, em um dos primeiros reforços preparados pelo Governo do Estado para fazer frente à pandemia, ainda em março. Em novembro, foi contratada em definitivo como enfermeira. 

Desde que iniciou a pandemia está trabalhando só em pronto-socorro de Covid. Trabalha no HT e na UTI Geral do Hospital Municipal de Araucária. 

“A gente começa a ver a vida com outros olhos. Está sendo uma experiência de aprendizado. Não é fácil ter que dar notícia para um familiar, estamos aprendendo a ser mais empático com o próximo. Mas me considero feliz e grata”, conta.

PROFISSIONAIS — Além de Lucimar, também foram vacinados o médico Diego Schuster Paes, 30; as técnicas de enfermagem Patrícia Moreira, 33, e Denise Dias Brito, 38; a nutricionista Caroline Benvenutti, 33; a fonoaudióloga Suellen Meduna, 38; a encarregada de higienização Neura Cordeiro Barbosa, 46; e fisioterapeuta Larissa Mello Dias, de 34 anos. 

As primeiras doses foram aplicadas pelas enfermeiras Roberta Serra Pereira e Viviane Pavanelo, do núcleo de Infecção Hospitalar do Hospital do Trabalhador.

Formado há cinco anos, Diego trabalha desde então na unidade, mas nunca teve uma experiência tão complexa quanto com a pandemia. “É sempre um turbilhão de sentimentos. Tem momentos que a gente tá mais calmo e de repente você vê aquele paciente que você encaminhou pra a enfermaria, que acaba piorando e precisa ser entubado e levado pra UTI”, conta.

“Da mesma forma tem aquele paciente que chega e nos faz pensar que não vai escapar. Aí 30, 40 dias depois ele sai daqui andando, isso é fenomenal, uma alegria muito grande, no meio desse turbilhão de muita tristeza, de muita angústia. Mas ainda bem que tem esses momentos de alegria também”, diz.

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Para ele, a vacina é a luz do fim do túnel, uma vitória da ciência contra o negacionismo. “É importante lembrar que a vacina nãos nos exime da responsabilidade de manter o uso da máscara e de tomar todos os cuidados de higiene para nos proteger do vírus”, ressalva.

Para encarar os desafios que vieram na esteira da Covid-19, a técnica de enfermagem Denise se desloca de Rio Branco do Sul para cobrir o seu turno no Hospital de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, que integra o complexo hospitalar. 

“A questão da pressão, o contato com o risco, tudo que é desconhecido é desafiador. Tivemos que reaprender muita coisa, mas as equipes foram bem treinadas”, afirma. “Me sinto muito honrada e feliz por ser chamada a fazer parte deste momento, da vitória da saúde e da ciência”, completa.

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