A cidade de Paulo Frontin, ex-colônia Vera Guarani, comemora nesta segunda-feira, 14, 68 anos de emancipação político administrativa. Em 14 de dezembro de 1952, após ser desmembrado da cidade de Mallet pela lei estadual n.º 790 de 14 de novembro de 1951, Paulo Frontin se instalou como município emancipado.
Havia uma colônia em Mallet chamada Rio Claro e em 1900 chegaram 825 famílias de imigrantes poloneses, ucranianos e russos ao local. A partir daí a região se impulsionou no quesito de povoamento e colonização, surgindo outros núcleos coloniais, entre eles o de Vera Guarani, que constitui hoje o município de Paulo Frontin.
Vera Guarani recebeu o nome de “Núcleo Federal Vera Guarani” e foi fundada pelo Governo Federal em 20 de janeiro de 1902, onde posteriormente a Estação Ferroviária de Paulo Frontin se instalaria. Muitos imigrantes ucranianos e poloneses foram encaminhados para lá.
O trecho da Estrada de Ferro, ligando Dorizon a Paulo Frontin foi inaugurado em 20 de abril de 1904, sob a responsabilidade da Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande e a Colônia recebeu grande impulso. O nome da estação foi em homenagem ao engenheiro brasileiro, construtor de estradas de ferro, Paulo Frontin. Assim, sede do “Núcleo Colonial de Vera Guarani” passou a se chamar Paulo Frontin.
O Distrito Judiciário de Paulo de Frontin foi criado pela Lei Estadual nº 2040, de 26 de março de 1921, em Mallet. De 1944 a 1948, o distrito permanece no município de Mallet mais grafado Paulo Frontin. Em 1951, foi elevado a município autônomo, se instalando em 1952.
Marcos da história
No dia 29 de setembro de 1943, aproximadamente às 7 horas, ocorreu a maior tragédia da história de Paulo Frontin. Um trem de carga vindo de Ponta Grossa com destino a União da Vitória sinalizava algum problema. Percebendo fumaça em um dos vagões o trem parou na caixa de água da estação, para tentar apagar o fogo mas foi impossível, pois a água era pouca.
O que realmente chamou a atenção da população foram os três apitos, sinal que significava uma chamada de emergência. Com ele, reuniram-se os turneiros (ferroviários da RVPSC que estavam de plantão), mas também muitos curiosos. Ao confirmarem que havia explosivos num dos vagões, este foi conduzido para o triângulo, espaço de manobras da linha para que ficasse mais distante da estação.
Constatando o grande perigo, os turneiros pediam que as pessoas se afastassem do local mas nem todas atenderam. Quando aconteceu a explosão, a maioria das pessoas estava a aproximadamente 500 metros do local em que fora estacionado o vagão e com o impacto, elas caíram no chão. No lugar em que estava o vagão, o trilho fez um “S”, cavando um buraco de 15 metros de largura e 10 metros de profundidade.
A estação e um armazém foram destruídos. A 200 metros do local havia uma loja: o choque foi tão forte que das prateleiras foi ao chão. Pessoas que se encontravam muito próximo do vagão isolado morreram. Calcula-se um total de 23 mortes, destas, poucas foram reconhecidas, pois os estilhaços foram violentos. A maioria dessas vítimas encontra-se enterrada no cemitério de Vera Guarani.